Opinião
Zagallo, capítulo III
Os desentendimentos com o treinador estão na origem do longo processo que culminou com a conquista do meu “Passe Livre”
Os campeonatos estaduais e a final da Copa São Paulo, na quinta-feira 25, marcam o início do calendário do futebol brasileiro em 2024. Por ora, há pouco a acrescentar no debate esportivo. Aproveito esta brecha para escrever o capítulo final de minha novela com Zagallo. Como relatei na coluna anterior, o então treinador do vitorioso Botafogo dos anos 1960 me escalou para ocupar a função de um falso ponta-esquerda. Não deu certo e passei por dois vexames consecutivos. O primeiro em uma partida contra o Corinthians no Maracanã. O segundo ao enfrentar o Atlético no Mineirão. Em ambos os episódios, fui sacado do time com menos de 15 minutos de bola rolando.
Ao tomarem conhecimento da minha insatisfação, dirigentes do Botafogo permitiram que eu aguardasse, no banco de reservas, a oportunidade de jogar na minha posição característica, no meio-campo. A oportunidade surgiu em uma partida contra o América do Rio, mas, espantosamente, Zagallo preferiu escalar dois volantes para suprir a ausência de Gerson. Estávamos perdendo por 2 a 0 quando, finalmente, e por pressão da torcida, pude entrar em campo. Conseguimos empatar o jogo.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.