Opinião
Unidos contra a hecatombe
O abraço trocado entre Lula e Marina, duas lideranças há anos afastadas, encarna a nossa possibilidade de defesa perante inimigos tão ferozes
Eu ainda era criança quando tio Eduardo (Briguilha, para os íntimos) me contou uma história incrível sobre dois brasileiros legendários de origem camponesa: o cangaceiro Antônio Silvino e o revolucionário Gregório Bezerra. Nascidos em Pernambuco a 300 quilômetros e 25 anos de distância um do outro, lutaram contra a injustiça social de modos muito diferentes, mas igualmente altivos.
Radicalizado pelo assassinato de seu pai, Silvino tornou-se, no fim do século XIX, o mais respeitado chefe cangaceiro até o surgimento de Lampião. Desafiou interesses poderosos, tirou dos ricos para dar aos pobres e arrancou os trilhos ferroviários da empresa inglesa Great Western, que, em nome do progresso, desapropriava terras campesinas sem indenização.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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