Ulysses e a democracia

Ele compreendeu o arranjo oligárquico que controla a vida dos brasileiros

O presidente da Assembléia Nacional Constituinte receava o “vício antidemocrático” dos donos do poder, habituados a manejar o arbítrio - Imagem: Célio Azevedo/Agência Senado

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Domingo, 30 de outubro, encerrada a apuração e certificada a vitória de Luiz Inácio, recebo uma mensagem do meu amigo de muitas jornadas, Luciano Coutinho. A mensagem trazia uma foto de ­Ulysses Guimarães, o Senhor Diretas, exibindo, sorridente, a Constituição de 1988.

A foto espicaçou-me a memória. Em um domingo paulistano, logo após a derrota das eleições diretas, Ulysses reuniu mais uma vez em sua casa os que estiveram com ele no combate persistente contra a ditadura.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 6 de novembro de 2022 23h16
De fato, caro Luiz Gonzaga Belluzzo, o Dr. Ulysses Guimarães foi um dos mais importantes homens públicos de toda a história do Brasil, pela sua luta, pela sua fé, pelo seu trabalho na Assembleia Nacional Constituinte para arquitetar a melhor Constituição que o Brasil já teve. Suas palavras ecoam ao longo dos anos até aqui e serão lembradas no futuro para glorificar a sua figura tão importante para a democracia no país. Os alicerces da constituição estão tão solidificados que o país conseguiu vencer e se livrar, nas últimas eleições, de um governo que negava o tempo todo todos os valores, todos os princípios, todos os fundamentos que são necessários para uma convivência civilizatória da sociedade brasileira entre si e com as instituições. Todas essas paralisações criminosas desse caminhoneiros que não se conformaram com a derrota de Jair Bolsonaro além das prevaricações do comando da Polícia Rodoviária Federal e dos tristes episódios de impedimento dos eleitores no Nordeste de poder conseguir votar no dia das eleições devem ser severamente investigado , identificado os responsáveis e processados. Imaginemos que se, por acaso, fosse o MST ou MTST que perpetrasse paralisação se hipoteticamente o candidato Luís Ignácio Lula da Silva perdesse as eleições e esse movimentos impedissem o direito de ir e vir, se impedissem que veículos que transportassem remédios ou órgãos humanos para transplante que pelo atraso fosse perdido? Como reagiriam parte da sociedade e dessas autoridades e desses policiais diante de uma hipótese dessa? Seriam coniventes ou lenientes como foram com os caminhoneiros? Certamente que não. Por isso é que para que tenhamos, de fato, um Estado brasileiro que trata a todos com igualdade, respeito e senso de justiça é que o Estado brasileiro deve averiguar e punir sob os ditames constitucionais todos esses atos e os envolvidos.

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