Não há república sem o comando do poder civil legítimo. Esse princípio vem desde a república romana antiga. Foi reafirmado nas repúblicas modernas, principalmente a partir da aprovação da Constituição dos EUA, em 1787. Na Roma antiga, depois que a república adquiriu seus contornos definitivos, o poder civil era constituído pelo Senado, pelos tribunos do povo e pelos dois cônsules. Estes eram eleitos anualmente e detinham o comando das legiões romanas. A legitimidade assenta-se no fato de que todo o poder deriva do povo, dos cidadãos, de forma direta ou indireta.
Maquiavel, ao promover a transição do pensamento republicano antigo para o moderno, reafirmou a necessidade de subordinação do poder militar ao civil. Arrolo cinco razões principais que justificam essa subordinação:
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2 comentários
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS10 de julho de 2022 04h21
Dos militares de Bolsonaro resistem ao modelo privatizante e neoliberal de Paulo Guedes. Necessário dizer que são da reserva, alguns deles de extrema direita como é o caso dos generais Heleno e Mourão. Dentre os cadetes das Forças Armadas sobressaem-se o infantilismo. O nacionalismo militar , um dia até festejado pelas esquerdas, desapareceu. O patriotismo é uma palavra vazia. Tomando a história do Exército, a última vez que atuaram de maneira gloriosa foi na Segunda Guerra com a FEB dos pracinhas, pois deram vida na Itália com a ajuda da derrota do fascismo. O Exército brasileiro saiu fortalecido da Guerra do Paraguai após o massacre que fez naquele pais. Bem pior que o exército estadunidense fez no Vietnã. Do “pacificador” Dique de Caxias surgiu o germe da visão ideológica do Exército brasileiro, a tortura que veio no futuro com a ditadura militar em 64. No golpe militar de 1964, as Forças Armadas perderam seus elementos mais dignos e altivos e se transformaram nisso aí que assistimos hoje. Os militares de Bolsonaro são uma massa amorfa que somente estão atrás dos seus privilégios neste governo. Urge que o próximo governo Lula e o novo Congresso Nacional quiçá mais progressista faça uma reforma nas Forças Armadas de modo que o soldado tenha que trabalhar nas fronteiras para fiscalizar e controlar o tráfico e a floresta amazônica do garimpo ilegal e a preservação das terras indígenas e não se acomodarem nos grandes centros do país a marchar e batendo continência entre eles ou para os gringos com seus altos soldos.
José Carlos Gama8 de julho de 2022 22h05
Bela aula do professor Aldo, como sempre, colocando os pingos no is.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
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