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Tri, de trilhão

A farmacêutica Eli Lilly entra para o restrito grupo de empresas trilionárias

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Ozempic, um dos medicamentos mais vendidos da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk — Foto: Adobe Stock
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A centenária Eli Lilly, fundada em 1876 em Indianápolis, acertou o passo. A empresa acaba de se transformar na primeira farmacêutica a alcançar 1 trilhão de dólares em valor de mercado, impulsionada pelo boom global dos medicamentos para diabetes e obesidade. A empresa projeta para 2026 faturamento anual de ao redor de 63 bilhões de dólares, com destaque para produtos como Mounjaro e Zepbound.

A febre das “canetas emagrecedoras”, baseadas em agonistas de GLP-1, foi decisiva: as vendas do Zepbound cresceram 185% e alcançaram 3,6 bilhões de dólares no terceiro trimestre deste ano. Já o Mounjaro gerou perto de 6,5 bilhões de dólares em receitas no mesmo período.

No cenário global, a Eli Lilly trava uma disputa direta com a Novo Nordisk, principal rival. Enquanto o laboratório dinamarquês domina o mercado com o Wegovy­ e o Ozempic, a Lilly avança nos Estados Unidos e apresenta maior capacidade industrial para ampliar a oferta. A disputa movimenta o setor farmacêutico, com novos entrantes e consolidação de empresas. Aumenta ainda a busca de novas fórmulas que garantam dois desejos dos consumidores: emagrecer mais rapidamente e obter resultados mais duradouros.

Panetone… show

Quando se fala em Cacau Show, é preciso respeitar a ousadia de seu fundador. Em 1988, Alexandre Tadeu da Costa tinha 17 anos e 500 dólares emprestados por um tio para fazer e vender ovos de Páscoa. Enquanto todos procuravam uma galinha de ovos de ouro, ele apostou no coelho e ganhou. A empresa não só prosperou como se tornou a maior rede de franquias do País, com mais de 4,5 mil lojas e faturamento anual na casa dos 6,5 bilhões de reais, em números de 2024. Agora ele resolveu investir de vez na união do coelho com o Papai Noel. Em 2023, após um incêndio na fábrica em Linhares (ES), durante a reconstrução, reservou 150 milhões de reais para uma esteira de produção de panetones.

Com o novo equipamento em sua capacidade máxima, a Cacau Show não dependerá mais da produção de terceiros e conseguirá, no próximo ano, autonomia total. E mais: poderá passar a vender para outras marcas. Em 2024, a empresa comercializou 10,5 milhões de unidades e espera neste ano chegar a 12 milhões. Desse total, 9 milhões são de produção própria. A grande vantagem da Cacau Show é operar com uma rede de distribuição nacional com suas­ unidades franqueadas. Essa vantagem preserva a marca tanto da concorrência predatória das pequenas marcas quanto evita a comparação direta de preços com a Bauducco, líder no segmento.

Jeep com IA

O Jeep Avenger, vendido na Europa desde 2023, chegará ao Brasil em 2026 com uma inovação inédita na marca, a integração nativa do ChatGPT ao sistema multimídia. O SUV será produzido na fábrica da Stellantis em Porto Real, no Rio de Janeiro, e marcará a nova fase de digitalização do Jeep no País. A tecnologia permitirá que o motorista controle funções do veículo por voz, como climatização, navegação, ajustes de conforto e informações gerais, além de acessar respostas em linguagem natural durante a condução, tornando a experiência mais intuitiva e segura.

O modelo brasileiro seguirá o projeto global, com quase 4,08 metros de comprimento, 1,78 de largura e entre-eixos de 2,56. A motorização deve ser o conhecido 1.0 turbo flex, de, aproximadamente, 130 cavalos de potência, acompanhado de sistema híbrido leve de 12V para maior eficiência. No exterior, o Avenger possui uma versão totalmente elétrica. Ainda sem preço oficial no Brasil, o SUV deverá disputar o segmento de compactos premium com forte apelo de conectividade e inovação.

Óculos com IA

O mercado global de óculos com Inteligência Artificial vive uma expansão acelerada. Segundo a Omdia, as vendas devem crescer 158% em 2025 e bater em 5,1 milhões de unidades, impulsionadas principalmente pelos EUA e pela popularização de modelos como os óculos inteligentes da Meta.

A China é, porém, o destaque. Tende a tornar-se o segundo maior mercado, com 1,2 milhão de unidades até 2026. O avanço é puxado por fabricantes como a Rokid, que lançou um modelo leve em parceria com a Bolon, integrando as IAs chinesas como Qwen, DeepSeek e ­Doubao. A empresa projeta vender 1 milhão de unidades no próximo ano e superar a marca de 10 milhões em 2028. O varejo confirma o boom. No Dia dos Solteiros, 11 de novembro, as vendas de óculos inteligentes cresceram 2.500% na Tmall e 346% na JD.com. •

Publicado na edição n° 1390 de CartaCapital, em 03 de dezembro de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Tri, de trilhão’

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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