Economia

assine e leia

Traquinagens monetárias

Sim, as decisões capitalistas dependem do futuro esperado, mas ele é “construído” por definições no presente

Olhar sagaz. Paulo Caruso compreendeu bem a lógica do debate das metas por aqui – Imagem: Paulo Caruso
Apoie Siga-nos no

“O Brasil é campeão mundial de juros?”, indagam João Camargo, Camila Funaro Camargo e a economista Mariam Dayoub, em recente artigo na Folha de S.Paulo. Em suas considerações, os autores empenham-se em explicar: “Os rankings que colocam o Brasil como campeão consideram a diferença entre a taxa de juros nominal corrente e a inflação acumulada em 12 meses, chamada de taxa de juros real ex-post. Porém, é a taxa de juros real ex-ante que importa para as decisões de consumo e investimento dos agentes econômicos. Ela é medida como a diferença entre a taxa de juros de mercado para um ano e as expectativas de inflação 12 meses à frente”.

O debate atual a respeito da política monetária nos aconselha a retroceder à “revolução das expectativas racionais” dos anos 1970. A ideia central não é nova: o comportamento dos ­indivíduos e das empresas depende das expectativas a respeito do futuro. John Maynard ­Keynes introduziu no debate econômico a incômoda convivência entre expectativas e incerteza radical nas decisões dos possuidores de riqueza que sobrevivem na economia monetária-financeira-capitalista. Na Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, Keynes lamentou: “Para falar com franqueza, temos de admitir que as bases de nosso conhecimento para calcular o rendimento provável, nos próximos dez ou mesmo cinco anos, de uma estrada de ferro, uma mina de cobre, uma fábrica de tecidos, um produto farmacêutico patenteado, uma linha transatlântica de navios ou um imóvel na ­City de Londres se reduzem a bem pouco e às vezes a nada”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo