O campo progressista precisa escutar o povo evangélico e compreender que tem muito a aprender com a experiência de igrejas e pastores, que amparam milhões de famílias nas periferias brasileiras. Um bom começo para derrubar esses muros é ler o excelente Povo de Deus, livro do antropólogo Juliano Spyer, finalista do Prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas. Em 2013, ele conviveu por 18 meses com famílias evangélicas na periferia da Região Metropolitana de Salvador, para escrever a tese de doutorado que deu origem à obra.
O autor mostra como as igrejas exercem um papel importante ao dar ao rebanho condições para que eles superem as dificuldades do dia a dia e melhorem de vida. No plano espiritual, elas fortalecem a fé e a crença na família como base do convívio social, o que dá aos evangélicos a estabilidade necessária para se manterem firmes num mundo que parece cada vez mais imprevisível e ameaçador. No plano das contingências, criam um sentimento de comunidade que faz nascer uma rede de apoio mútuo entre membros das congregações, algo fundamental para vencer os desafios num contexto de extrema precariedade econômica e social.
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