Sim, é genocídio

O extermínio dos Yanomâmis prova que, além dos ataques à democracia e aos Poderes da República, o bolsonarismo inoculou a barbárie em vários âmbitos da vida civilizada

Créditos: Reprodução FAB

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Não se trata apenas de uma consequência de um desgoverno cruel e desumano, de uma crise nas políticas públicas para os povos originários ou de uma intercorrência sanitária ou ambiental em razão de ilegais atividades mineradoras em reservas indígenas. O deliberado extermínio do povo ­Yanomâmi possui específico enquadramento normativo em um dos mais graves atos atentatórios à existência da humanidade: o crime de genocídio.

Enquadrado como delito pela legislação brasileira, o referido crime é, igualmente, rechaçado por uma das mais firmes reações e por um incondicional compromisso entabulado entre os Estados contemporâneos: o Estatuto de Roma, a resguardar o que há de mais elementar para a comunidade internacional globalmente considerada. Não por acaso o Estatuto de Roma dispôs, rigorosamente, sobre os elementos constitutivos dos referidos crimes, sobre a excepcional regra da imprescritibilidade e, ainda, sobre a criação do Tribunal Penal Internacional com caráter permanente e independente no âmbito do sistema das Nações Unidas.

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4 comentários

LETICE PRAIA LIMA 1 de fevereiro de 2023 11h58
Nesse país chamado Brasil, nada abala a população, somente se fechar o shopiing.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 31 de janeiro de 2023 04h08
O chamado Tribunal de Nuremberg foi tido como um Tribunal de exceção uma vez que se tratou de tribunal criado para determinados eventos especificados para julgá-los e aos seus responsáveis. Para a maioria, sua validade foi reconhecida devido à gravidade dos atos perpetrados pelo regime nazista. Logo, uma exceção válida, a evitar uma impunidade inconcebível. No caso brasileiro, nem entrando no foco do tratamento dado a pandemia do Covid que tirou quase 700 mil vidas do Brasil, o caso dos indígenas Yanomanis, foi de total descaso, para não dizer de caso pensado pelo governo de Bolsonaro com assentimento e colaboração de membros desse governo como general Mourão, general Heleno, Damares Alves, Ricardo Salles dentre outros que contribuíram para o morticínio através do garimpo que arrasaram as terras indígenas com a derrama de mercúrio nos rios a matar os peixes e afastar a caça dos indígenas que retiravam o seu alimento da própria natureza contaminada. Há relatos de garimpeiros que coagiam as mães indígenas para que cedessem suas filhas para serem abusadas sexualmente em troca de comida. Bolsonaro e toda a sua rede criminosa de exploração das terras indígenas colaboraram diretamente para o morticínio dos Yanomanis e devem responder sim pelo crime de genocídio através de um Tribunal de Nuremberg, seja aqui no Brasil seja em Genebra. O bolsonarismo dar responsabilização do genocídio indigenista não pode ficar impune. A punição deve servir de exemplo para que outros crimes da espécie não se repitam .
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 31 de janeiro de 2023 04h07
O chamado Tribunal de Nuremberg foi tido como um Tribunal de exceção uma vez eu que se tratou de tribunal criado para determinados eventos especificados para julgá-los e aos seus responsáveis. Para a maioria, sua validade foi reconhecida devido à gravidade dos atos perpetrados pelo regime nazista. Logo, uma exceção válida, a evitar uma impunidade inconcebível. No caso brasileiro, nem entrando no foco do tratamento dado a pandemia do Covid que tirou quase 700 mil vidas do Brasil, o caso dos indígenas Yanomanis, foi de total descaso, para não dizer de caso pensado pelo governo de Bolsonaro com assentimento e colaboração de membros desse governo como general Mourão, general Heleno, Damares Alves, Ricardo Salles dentre outros que contribuíram para o morticínio através do garimpo que arrasaram as terras indígenas com a derrama de mercúrio nos rios a matar os peixes e afastar a caça dos indígenas que retiravam o seu alimento da própria natureza contaminada. Há relatos de garimpeiros que coagiam as mães indígenas para que cedessem suas filhas para serem abusadas sexualmente em troca de comida. Bolsonaro e toda a sua rede criminosa de exploração das terras indígenas colaboraram diretamente para o morticínio dos Yanomanis e devem responder sim pelo crime de genocídio através de um Tribunal de Nuremberg, seja aqui no Brasil seja em Genebra. O bolsonarismo dar responsabilização do genocídio indigenista não pode ficar impune. A punição deve servir de exemplo para que outros crimes da espécie não se repitam .
ricardo fernandes de oliveira 27 de janeiro de 2023 18h47
vamos deixar claro uma coisa: segundo o ex-ministro aldo rebelo, em 2000 esteve em roraima com militares e os indios já estavam subnutridos, com tuberculose, costelas de fora. se bolsonaro é culpado pela tragédia e deveria responder no tpi sobre isso? claro. mas não é o único.

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O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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