Ao mesmo tempo que a sociedade brasileira teve conhecimento das terríveis imagens da tragédia Yanomâmi, aos poucos também se informa acerca do estado de abandono e da ausência do Poder Público na Amazônia. A região está entregue aos barões do ouro, aos madeireiros, garimpeiros, traficantes e ao crime organizado. Esses grupos cometem todos os tipos de crimes, de destruição e de violências, tendo como principais vítimas os povos originários e o meio ambiente.
É impressionante e degradante como essa imensa região, de importância estratégica para o Brasil e para o planeta, foi abandonada nas mãos de grandes criminosos que operam com milhares de pessoas, um verdadeiro exército, a serviço da destruição, violência e evasão de riquezas, do contrabando, da sonegação fiscal e toda a sorte de ilegalidades. Um estudo do MapBiomas revelou a existência de 2.869 pistas na região, 30% em terras indígenas. Só nas terras Yanomâmis são 75. A maior parte está a serviço da logística de atividades ilegais e criminosas. O garimpo utiliza mais de 1,2 mil pistas. Tudo isso revela o quanto são poderosos os operadores e chefes dessas atividades ilícitas.
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