Retomar a Amazônia

É preciso uma verdadeira operação de guerra para combater o crime que tomou conta da região

Foto: MICHAEL DANTAS / AFP

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Ao mesmo tempo que a sociedade brasileira teve conhecimento das terríveis imagens da tragédia Yanomâmi, aos poucos também se informa acerca do estado de abandono e da ausência do Poder Público na Amazônia. A região está entregue aos barões do ouro, aos madeireiros, garimpeiros, traficantes e ao crime organizado. Esses grupos cometem todos os tipos de crimes, de destruição e de violências, tendo como principais vítimas os povos originários e o meio ambiente.

É impressionante e degradante como essa imensa região, de importância estratégica para o Brasil e para o planeta, foi abandonada nas mãos de grandes criminosos que operam com milhares de pessoas, um verdadeiro exército, a serviço da destruição, violência e evasão de riquezas, do contrabando, da sonegação fiscal e toda a sorte de ilegalidades. Um estudo do MapBiomas revelou a existência de 2.869 pistas na região, 30% em terras indígenas. Só nas terras Yanomâmis são 75. A maior parte está a serviço da logística de atividades ilegais e criminosas. O garimpo utiliza mais de 1,2 mil pistas. Tudo isso revela o quanto são poderosos os operadores e chefes dessas atividades ilícitas.

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3 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 14 de fevereiro de 2023 01h53
A região amazônica e os povos indígenas foram explorados , espoliados, violentados e dizimados nos últimos quatro anos do governo Bolsonaro. Agora é hora de reprimir quem destruiu e matou a floresta e seus habitantes além de cuidar dos que sobreviveram aos crimes dos garimpeiros, fazendeiros dos políticos locais e de Brasília. O Congresso Nacional tem a obrigação moral, judicial e política de punir e proibir todo aquele parlamentar que faça apologia ao garimpo e qualquer discurso ou projeto de lei que explore as florestas, tanto da região amazônica como qualquer outro bioma no Brasil. Depois de tudo o que vimos e sofremos do governo que passou é preciso dizer um basta a toda essa barbárie e apologia a qualquer manifestação de ecocídio. O planeta não suporta mais, a humanidade não irá sobreviver muito tempo se a natureza continuar sendo degradada. O Brasil e os verdadeiros brasileiros nacionalistas precisam lutar pela florestas e pelos povos originários.
Reginaldo Araújo Costa 12 de fevereiro de 2023 23h06
Quando vemos falar em punição para os barões do crime, quem, assim como eu, tem 70 anos ou mais, sabe perfeitamente por onde permeia a impunidade no nosso país. Assim que for deflagrada a prisão de um desses, aparecerão imediatamente grandes advogados, muitos dos quais bem conhecidos, para contestar a constitucionalidade da prisão. A imprensa também fará o seu papel. De defesa da constituição? Não, de defesa do barão preso, ou pelo menos espalhar dúvidas. Isso acabou de acontecer quando buscas foram feitas em casas de empresários que combinavam em rede social um golpe. Cometeram um crime grave e até hoje ninguém daquele grupo foi preso. Essa forma lenta de fazer valer a lei, coloca muitos poderosos acima dela, e os crimes continuam acontecendo.
José Carlos Gama 10 de fevereiro de 2023 15h21
Concordo pelanamente com os professor Aldo com as ações a serem tomadas para resgatarmos e preservarmos os locais afetados pelos garimpeiros. Mas também gostaria de salientar que as riquisas de lá extraido deveriam ser rastreadas e repatriadas em razão da sua ilegalidade extrativista em território indigina, cuja a finalidade seria finaciar os estragos causadas nessas regiões.

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