Quem disse que é normal?

Novos estudos contestam os significados de normalidade e nos estimulam a repensar e reavaliar os nossos preconceitos e a própria prática médica

Foto: Reprodução/Telegraph

Apoie Siga-nos no

O normal não existe. Esta é a ideia por trás de anos de estudos resumidos no excelente livro Sou Normal? Os 200 Anos de Procura por Pessoas Normais (e Por Que Elas Não Existem), de Sarah Chaney, pesquisadora da Universidade Queen Mary, em Londres.

Sara defende a tese de que a humanidade fez, e continua fazendo, um esforço gigante para construir um “conceito de normal”, por meio do qual julgamos tudo ao nosso redor e criamos a classificação de normal ou anormal. “Antes de 1820, a palavra normal não era usada para se descrever ou descrever outros, nem por cientistas ou médicos para entender as populações humanas”, escreve. “O conceito era usado em matemática, para triângulos, equações e fórmulas. As pessoas não eram normais, as linhas e os cálculos eram.”

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

1 comentário

evandro moraes adas 16 de setembro de 2022 22h21
Lastimável o doutor defender o conceito de normal na medicina, sem se atentar que tais conceitos baseiam-se unicamente em números e tabelas, ou seja, na matemática, desconsiderando as diferenças naturais entre s pessoas. Uma pessoa acima de tal peso é considerada anormal, mas muitas vezes toda sua constituição física e psíquica é adequada àquele seu peso e insistir na sua redução, com a suposta alegação de riscos, será mais danoso do que natural. Infelizmente tudo que se busca taxar de normal/anormal utiliza a matemática para tanto, o no mito da sociedade moderna, como se a matemática pudesse explicar tudo, desde o universo, passando pelas sociedades e chegando os indivíduos. Pobre mundo moderno.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.