Opinião

‘PPP21’, por Rui Daher

Me chamou a atenção outro reality que, recentemente, percorreu o Brasil. Até mais real do que a roteirizada atração da TV Globo

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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Rola na TV Globo o reality BBB21, Big Brother Brasil, com alto índice de audiência e forte divulgação na grade de programação da emissora. O conglomerado de comunicação da família Marinho sempre apostou firme no jornalismo. Excelente em investimento e qualidade, porém nem sempre para o bem. Quando para o mal, nunca fez questão de ser discreto, e seus momentos de confesso arrependimento não foram suficientes para compensar os males que causou ao País.  

Hoje em dia, faz justo e bom trabalho cobrindo a tragédia da pandemia e reage aos negacionismos e desmandos do governo de Jair Bolsonaro.

Com a fome e a extrema pobreza que assolam o País, no entanto, a contundência não é tanta. Apenas reportagens em grotões miseráveis mostrando ações solidárias. Percebe-se que a maior parte delas vinda de pobres para pobres. 

Necessário dizer que o crescimento do desemprego e da pobreza, apesar de agravada pela pandemia, é anterior a ela. 

Foi o que me chamou a atenção para outro reality que, recentemente, percorreu o Brasil. Até mais real do que a roteirizada atração da TV Globo.  

É o PPP21, Patéticos, Pífios, Primitivos

Na estreia, participaram vários empresários em regabofe na capital paulista. O site desta CartaCapital revelou quem esteve presente. Não pude identificar alguma semelhança deles com Fiuk.

Na mesma levada, a Folha de São Paulo, em reportagem de Bruna Narcizo e Paula Soprana (10), entrevistou empresários e representantes da classe patronal gaúcha. São unânimes em aprovar a conduta de Jair Bolsonaro, mesmo no que diz respeito à pandemia. 

Pílulas & Pérolas:

Muitas são parecidas. Não se deve ingerir as segundas. Funcionam como placebo. Para o que vem abaixo sugiro probióticos para a saúde digestiva. Evitam vômitos e diarreias.   

“Não há onde comprar vacinas (…) nunca houve negacionismo quanto à Covid19 (…) a culpa é dos governadores e prefeitos que não repassaram recursos federais (…) o STF e o Congresso impedem o Executivo trabalhar (…) o isolamento social destrói a economia”.

E por aí vão todos em busca do troféu “Privatizações Venham Logo”.

À claque verde-amarela, que permite 30% de apoio bovino ao Regente Insano Primeiro (RIP), está garantida, conforme percebi em cartazes espalhados em carreatas e passeatas de adeptos do “cercadinho”, a certeza de que “O Brasil não quer o comunismo”.

Como disse e desenhou o gênio de Caratinga (MG), Ziraldo Alves Pinto (!932-), “Só dói quando eu rio”. Inté!

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