Por enquanto, agronegócio de exportação não corre risco

'Mas até que página, se o planeta está em franca transformação e ambientalmente mais exigente?', questiona Rui Daher

Foto: Alex Ribeiro/Ag.Pará

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Agora que o governo do Regente Insano Primeiro (RIP), através dele, clã, acólitos e apoiadores, nos fez saber que, na Federação de Corporações Brasil, não há racismo, incêndios criminosos na Amazônia e no Pantanal, sermos o país que mais preserva biomas, inclusive a Mata Atlântica, a culpa das madeireiras ilegais ser dos compradores no exterior, que a eles se deve o controle sobre o crime, resta-nos enfrentar a “gripezinha” com mais de seis milhões de infectados e 170 mil óbitos. Um exagero em Brasília, certo?

 

 

Terá o economista “Anta de Keds” (apud “o Pasquim, Sérgio Augusto e Ivan Lessa) percebido que a pífia e fugidia recuperação do consumo se deu, quando o imbecil Guedes encostado no paredão da pandemia? E daqui em diante?

Estou sendo complacente com quem votou nessa miragem, mas serei rigoroso com aqueles que ainda não perceberam o gravíssimo erro cometido. Calma. Não chamarei Harmônica, personagem de meu blog no GGN, dos Nassif. Apenas o meu tacape.


Aí vai, por minha conta, pagas com modas de viola e confrontos em alambiques do melhor destilado do planeta, a cachaça.

Idiotas, ignorantes, de pouca leitura, não conseguiram entender o que foi o histórico desse político, inativo e apagado, colocando-o no posto mais alto da democracia brasileira um ogro (a terminologia seria escabrosa, mas a evito)? Por mais leve, evitando processos e perseguições, não a mim, que cago, mas a quem me deixa publicar, declaro: estamos diante de uma tragédia, que não sei como reverter.

O agronegócio de exportação quer saber do risco que corre? Nenhum, acham, claro. Concordo, sei de sua conquistada excelência. Mas até que página, se o planeta está em franca transformação e ambientalmente mais exigente? Quais países europeus e asiáticos, China inclusive, irão continuar, eternamente, comprando de nós sem contrapor exigências preservacionistas, pelo menos com Amazônia e Pantanal, se não do “Celeiro Mundial”, hoje em dia, pessimamente comportado?

Não folguem, pois, produtores enriquecidos por escassez e cotações de commodities de grãos, em quase uma década. Lá, eles mudam conforme seus interesses hegemônicos.

Sei que estão bem estruturados. Dentro das suas propriedades. Mas, e portos, logística, morro de rir. Daí para frente, vocês são nada. Sobra-lhes, dentro das porteiras, o custo alto de pagarem os 90% dos fertilizantes que importam, sem qualquer domínio do mercado, dependentes, sem amparo das tecnologias orgânicas e naturais.

Por quê? Burrice ou cagaço? Tanto faz. Apenas estudem.

Nota: em março de 2007, em viagem a trabalho pela Região Norte, participei, em Manaus, de um simpósio do Banco da Amazônia, “Empreendimento Consciente na Amazônia”. Próxima coluna, essas visões e a de Mourão.

Inté!

 

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