Os inimigos do governo Lula

Deixado ao relento na composição do ministério, o mercado se desespera

Foto: EVARISTO SA / AFP

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O governo Lula tem muitos inimigos, como se sabe, alguns abertos, outros nem tanto. Começo pelos inimigos declarados: a extrema-direita, fascistoide, bolsonarista. Arrisco o seguinte comentário. A extrema-direita é inegavelmente forte, vide o resultado apertado da eleição presidencial, o sucesso bolsonarista nas eleições para o governo de alguns estados importantes e, também, para o Senado e a Câmara. Mas ela não derruba o governo. Atrapalha, tumultua, coloca vidas em risco, assassina, pratica o terrorismo, destrói patrimônio público, mas não tem força nem apoio interno ou internacional para virar o jogo.

O principal efeito político da agitação da extrema-direita, no meu entender, é enfraquecer o governo Lula, pelo menos um pouco, na disputa com outras forças internas hostis. Refiro-me aos militares, ao Centrão e, em especial, ao bloco formado pelo capital financeiro (o chamado “mercado”) e o seu puxadinho, a mídia tradicional. Não é fácil enfrentar tudo isso ao mesmo tempo.

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3 comentários

José Carlos Gama 17 de janeiro de 2023 14h23
ops: pela força do primeiro....
José Carlos Gama 17 de janeiro de 2023 14h22
Como Paulo Nogueira comenta: o pior terrirsmo ainda tá pra vir ele vem pelo viés economico. Neolibealismo x desenvolvimentismo, sendo que o primerio sempre recorre ao Estado para ajustar suas mazelas e o segundo sempre maltrado pela forças do segundo.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 17 de janeiro de 2023 04h42
De fato, prezado professor Paulo , o adversário mais perigoso , para não dizer inimigo do governo Lula é mesmo essa mídia, que momentaneamente defende o governo em face dos atos terroristas para passar a impressão de bons moços e moças perante a classe média perfumada e sociedade em geral, mas que torcem o nariz em relação a equipe econômica montada pelo presidente. Vimos recentemente críticas contundentes de alguns jornalistas neoliberais dessa mesma mídia alinhada com o mercado, em relação aos nomes de Fernando Haddad na Fazenda e Aloísio Mercadante no BNDES. Por enquanto as investigações dos atos terroristas bolsonaristas faz com que haja uma certo armistício desses tais adversários com o governo Lula. Depois vamos ver como se comportam. Uma coisa precisa ser dita: Se o governo Lula fracassar por alguma culpa dessa mesma mídia-mercado o bolsonarismo volta com mais força, mesmo sem o próprio Bolsonaro com alguém herde o seu eleitorado no seu vácuo político.

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