O governo Lula tem muitos inimigos, como se sabe, alguns abertos, outros nem tanto. Começo pelos inimigos declarados: a extrema-direita, fascistoide, bolsonarista. Arrisco o seguinte comentário. A extrema-direita é inegavelmente forte, vide o resultado apertado da eleição presidencial, o sucesso bolsonarista nas eleições para o governo de alguns estados importantes e, também, para o Senado e a Câmara. Mas ela não derruba o governo. Atrapalha, tumultua, coloca vidas em risco, assassina, pratica o terrorismo, destrói patrimônio público, mas não tem força nem apoio interno ou internacional para virar o jogo.
O principal efeito político da agitação da extrema-direita, no meu entender, é enfraquecer o governo Lula, pelo menos um pouco, na disputa com outras forças internas hostis. Refiro-me aos militares, ao Centrão e, em especial, ao bloco formado pelo capital financeiro (o chamado “mercado”) e o seu puxadinho, a mídia tradicional. Não é fácil enfrentar tudo isso ao mesmo tempo.
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