Paulo Nogueira Batista Jr.
[email protected]Economista. Foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, e diretor-executivo no FMI pelo Brasil e mais dez países
Deixado ao relento na composição do ministério, o mercado se desespera
O governo Lula tem muitos inimigos, como se sabe, alguns abertos, outros nem tanto. Começo pelos inimigos declarados: a extrema-direita, fascistoide, bolsonarista. Arrisco o seguinte comentário. A extrema-direita é inegavelmente forte, vide o resultado apertado da eleição presidencial, o sucesso bolsonarista nas eleições para o governo de alguns estados importantes e, também, para o Senado e a Câmara. Mas ela não derruba o governo. Atrapalha, tumultua, coloca vidas em risco, assassina, pratica o terrorismo, destrói patrimônio público, mas não tem força nem apoio interno ou internacional para virar o jogo.
O principal efeito político da agitação da extrema-direita, no meu entender, é enfraquecer o governo Lula, pelo menos um pouco, na disputa com outras forças internas hostis. Refiro-me aos militares, ao Centrão e, em especial, ao bloco formado pelo capital financeiro (o chamado “mercado”) e o seu puxadinho, a mídia tradicional. Não é fácil enfrentar tudo isso ao mesmo tempo.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
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