Os desafios da esquerda

Parte dela também se tornou tradicional e elitista, perdeu contato com a população

Schwab quer uma globalização mais inclusiva

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Em vários países do Ocidente e do Sul Global, inclusive no Brasil, a esquerda defronta-se nas décadas recentes com desafios talvez sem precedentes – e não está se saindo bem, de forma geral. Com o passar do tempo, os desafios avolumam-se e a esquerda debate-se sem sucesso contra eles. O Brasil, com Lula, até constitui uma exceção, mas apenas parcial.

Estou me referindo, na verdade, à centro-esquerda, à esquerda moderada. A extrema-esquerda não desempenha papel relevante. Em contraste, no campo da direita, os extremistas, apesar de alguns reveses importantes (notadamente as derrotas eleitorais de Donald Trump e Jair Bolsonaro), continuam fortes, ameaçando os partidos tradicionais de centro-direita e centro-esquerda.

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2 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 23 de fevereiro de 2024 21h35
É certo, professor, que com a precarização do trabalho , com a retirada dos direitos trabalhistas, no mundo todo, a extinção de muitos postos de trabalho devido ao aumento da tecnologia no mundo do trabalho , aliado ao avanço do neoliberalismo no mundo fez com que houvesse a desindustrialização e cortes dramáticos de postos de trabalho. Os sindicatos e o mundo sindical teve que se readequar a essa realidade e foram quase extintos . Os líderes da direita liberal rumaram para uma direita neoliberal e outros entraram de supetão no neofascismo. Em contrapartida, a esquerda para não perder eleitores, mitigou o seu discurso contra o capitalismo tendo que enfrentar adversários, senão verdadeiros inimigos que jogam contra o campo democrático que são os extremistas de direita . E figuras como Trump, Bolsonaro , Milei e Netanyahu surgiram como salvadores do sistema ou líderes anti sistemas que empolgou uma parte da massa mais alienada e rancorosa visto que os políticos tradicionais falam o óbvio e não conseguem vencer o capitalismo financeiro que destrói empregos e precariza as condições dos trabalhadores que não conseguem mais ter as mesmas condições e benefícios de um Estado de Bem Estar Social porque os rentistas migraram para o capitalismo financeiro e deixaram o capitalismo industrial e por culpa dos próprios Estados que negligenciaram as legislaçoes e permitiu que o rentismo avançasse sem ser devidamente regulado. Somado a isso , líderes sindicais , políticos , intelectuais não estão mais entre nós como um Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Miguel Arraes, Celso Furtado, Caio Prado Jr, Nelson Mandela , Fidel Castro, Hugo Chávez etc Só nos resta , como líder de massa , praticamente o presidente Lula dessa geração de líderes anti globalização e a favor dos trabalhadores. Outros que vieram depois , quase não empolgam mais . Precisamos de uma renovação de pessoas e mentalidade de modo a voltar à trazer a baila a consciência de luta de classes , caso contrário teremos que conviver com a ameaça do retorno de líderes da extrema direita como Milei, Bolsonaro , Trump, Netanyahu, pastores , generais, coronéis , milicianos e a esquerda continuará refém da defesa de pautas que deveriam estar consolidadas como Direitos Humanos, Direitos fundamentais enquanto que a defesa do trabalho e trabalhadores estará relegada a segundo ou terceiro plano
José Carlos Gama 25 de fevereiro de 2024 00h02
A globalização foi um arranjo para desaranjar tudo e seu certo. As esquerdas dos anos 60 a 90 cansaram e os governos de centro - esquerda ou social - democrata se lambuzaram no suposto brilho globalizante que produziu mais pobreza para quem já era pobre e mais riqueza para quem era rico. Obrigado pelo texto professor.

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