O silêncio dos cúmplices

Não podemos ficar indiferentes ao sofrimento do povo palestino nem ignorar os crimes de guerra do Estado de Israel

No campo de refugiados de Nusseirat, região central da Faixa de Gaza, crianças palestinas observam a destruição de uma mesquita provocada por um bombardeio israelense

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Não podemos ficar indiferentes com a transformação de Gaza em cemitério de crianças e mulheres. Não podemos ficar indiferentes diante da tempestade de fogo que Israel despeja sobre a população civil. Não podemos ficar indiferentes com a destruição de hospitais, escolas, igrejas, campos de refugiados e toda a infraestrutura do território palestino. Não podemos ficar indiferentes com aqueles que não têm outro futuro, a não ser esperar a morte. Não podemos ficar indiferentes com a sistemática destruição dos lares de milhões de pessoas. Não podemos ficar indiferentes com o deslocamento forçado de 600 mil palestinos. Não podemos ficar indiferentes com os crimes de guerra praticados pelo Estado de Israel.

O mundo está vendo, inerte e acovardado, uma das maiores máquinas de guerra do planeta destruir uma população indefesa, que vive há décadas todos os tipos de vicissitudes, todos os tipos de privações, em um gigantesco campo de concentração a céu aberto. A indiferença da comunidade internacional em relação ao sofrimento do povo palestino e a covardia diante dos impiedosos e criminosos ataques das forças israelenses transformou Israel num Estado acima da lei, num Estado fora da lei, num Estado delinquente e bandido, que não segue as resoluções das Nações Unidas e viola sistematicamente o direito internacional.

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5 comentários

Rosa Carmina Couto 4 de novembro de 2023 19h25
Sobre o conflito Israel e Hamas: A ética não tem limites? Parece que não. A quem recorremos nessa situação quando as resoluções da ONU e o direito internacional não são mais parâmetros?Quem para a máquina mortífera que o estado de Israel se transformou? Nossa solidariedade ao povo palestino.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 5 de novembro de 2023 05h04
O artigo do professor Aldo Fornazieri parece óbvio ou tautológico, mas não é, é fundamental para nos indignarmos contra as atrocidades que o estado israelense pratica há mais de 50 anos. Israel comporta-se como um Estado que pode tudo e está acima das leis internacionais e do própria entidade que o criou, a ONU. Sabemos que os judeus dizem que são o povo escolhido de Deus, isso não devemos discutir, pois se trata de religião e cada um acredita no que lhe aprouver e quem não segue uma religião A pode seguir outra religião B, ou não seguir nenhuma. O fato é que os religiosos devem respeitar o pluralismo, todos os seres humanos, e todas as religiões existentes no mundo, pois se não as respeitarem estarão sendo contraditórios e paradoxais por não respeitarem os diferentes. Todos nós sabemos que o judaísmo não prega isso, pois o problema está na extrema direita que governa Israel. Concordo integralmente sobre o fato de que o Hamas é o produto da violência do estado israelense que pratica há décadas contra a simples existência do povo palestino em Gaza. Na Cisjordânia também não é diferente. Quanto a indiferença dos que se dizem justos, dos que se dizem sensíveis e caridosos, fiquemos com os ensinamentos do grande Antônio Gramsci “Vivo, tomo partido. Por isso odeio quem não o faz, odeio os indiferentes”. O povo judeu viveu o holocausto infame, que até hoje é lembrado e relembrado e devemos repeti-lo para que não volte a acontecer, não somente contra os judeus, mas também contra negros, indígenas, homossexuais, ciganos... O que o atual governo de Israel, capitaneado pelo Sr. Netanyahu e respaldado pelos Estados Unidos liderado pelo Sr. Joe Biden deve ser chamado pelo nome apropriado: Genocídio e o mais justo a fazer é que todos cobremos dos governos que estão omissos que seja o sr. Netanyahu destituído do poder e legalmente julgado pelos crimes de guerra que comete e submetido ao Tribunal Penal Internacional, eis que crianças, mulheres, idosos palestinos da Faixa de Gaza estão sendo exterminados, estão sendo vítimas de genocídio.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 6 de novembro de 2023 17h45
Assim como o ocidefoi omisso e, muitas vezes, conivente em relação à Solução Final da Alemanha Nazista. Agora é muito pior, porque se criaram organismos internacionais e normas para evitar uma nova Shohá, mas poucos estão se importando.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 6 de novembro de 2023 17h46
Em tempo: o Ocidente foi omisso…
MAURICIO NOBORU FUJIYAMA 9 de novembro de 2023 11h22
Perfeito! É preciso por um fim à hipocrisia do Ocidente!

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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