O preço da governabilidade

Lula busca restabelecer o presidencialismo de coalizão, mas se vê diante da necessidade de repartir o poder com o Legislativo

Geraldo Alckmin e Lula. Foto: Evaristo Sá/AFP

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Coalizões governamentais são inerentes a quase todos os países com sistemas políticos multipartidários. Isto vale para o presidencialismo, para o parlamentarismo e para o semipresidencialismo. Quanto mais temperado ou restrito o número de partidos, mais estáveis, recorrentes e repetitivas tendem a ser as coalizões. Quanto mais destemperado ou alargado o número de partidos, mais instáveis, aleatórias e inconstantes tendem a ser as coalizões.

Em 1987, Sérgio Abranches publicou um artigo intitulado “Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro”. O debate em torno do conceito já tem uma longa história. Com os governos Temer e Bolsonaro, o conceito andou esquecido. Bolsonaro elegeu-se até mesmo contra a ideia do presidencialismo de ­coalizão. Mas, dada a inviabilidade de seu governo radical e isolacionista, e temendo um processo de impeachment, delegou aos partidos do chamado Centrão a organização e a gestão política da coalizão necessária para sustentar seu governo.

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1 comentário

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 15 de julho de 2023 18h00
Esse presidencialismo de coalizão está parecendo mais um semiparlamentarismo. Com o agravante que não temos suficientes partidos dignos do nome, mas clubes para servir de caixa de ressonância aos reclames paroquiais.

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