Apropriam-se da bandeira como se essa fosse símbolo de sua causa, em realidade de sua boçalidade
Por décadas o que se assistiu na TV, aos domingos, eram os programas do Gugu, do Silvio Santos, Faustão, e para encerrar o dia, muitos se entretinham com o Fantástico. Mas tudo mudou, o entretenimento dominical de nossos tempos é o espetáculo dantesco dos bolsonaristas seja na frente do QG do Exército, em frente a Esplanada dos Ministérios, seja em outros tantos cantos do país.
Espetáculos crivados de ódio e de todos os tipos de agressões, tanto subjetivas com o lançamento de impropérios contra as instituições democráticas, pessoas desafetas, e até mesmo em nível físico como nesse domingo, quando repórteres que cobriam essa manifestação foram barbaramente agredidos em nome da defesa de valores patrióticos, na verdade apenas da idiotia ignóbil do bolsonarismo.
A violência dessas manifestações também se faz presente em outros momentos, como no 1º de maio quando um grupo de enfermeiras e enfermeiros, em Brasília, fazia manifestações pacificas contra a falta de instrumental adequado para o exercício de suas atividades nesse momento tão dramático. Foram covardemente agredidos por esses bolsonaristas.
E uma das características que se tornou símbolo dessa idiotia é estarem envoltos na bandeira brasileira, como se quem se colocasse contra a boçalidade que eles representam, fosse também contra o Brasil. Apropriaram a bandeira como se essa fosse símbolo de sua causa, em realidade de sua boçalidade.
Certamente quem se posiciona contra essa idiotia ignóbil do bolsonarismo também é patriota, mas não se vê nessa boçalidade de se enfeixar na bandeira brasileira como se isso fosse símbolo de algo que não de sua própria idiotia. E o pior é que, a cada espetáculo dominical, as instituições democráticas lançam protestos veementes contra essa idiotia. O STF, o Congresso, Senado, OAB, e outras tantas instituições lançam notas de repúdio contra esse espetáculo dominical requintado de ódio e de todos os tipos possíveis de agressões a tudo e todos que não sejam adeptos do bolsonarimo. Mas nada muda, e no domingo seguinte o espetáculo se repete, e sempre tendo como principal incentivador de tudo isso, a estupidez em forma humana que os brasileiros elegeram como presidente da república.
Nada acontece, e nem mesmo a ação policial tão efetiva em outras manifestações com gás de pimenta, jatos de água é mobilizada para a dispersão dessas manifestações. Aliás, nem contra as carreatas contra o isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, e que acontecem impune e livremente nas mais diferentes cidades do país. Ninguém os admoesta com as exceções de praxe. De resto conspurcam nossas paisagens sem qualquer incomodo e sem qualquer implicação seja na seara judicial, seja mesmo na criminal uma vez que suas agressões são registradas pelas mais diferentes câmeras de registro. E o pior, ainda assim, existem incautos, idiotias que ainda ousam manifestar apoio a isso tudo.
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
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