O mercado de apostas

Não é surpreendente que a paixão futebolística tenha sido apropriada e domesticada por um formidável aparato midiático-mercadológico

Em dezembro de 2023, o presidente Lula sancionou a lei que regulamenta as bets. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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As casas de apostas invadiram o espaço do futebol para metamorfosear a paixão dos apaixonados em ganância dos obcecados. Para buscar seus propósitos, não vacilaram em usar todos os instrumentos disponíveis da mercantilização acelerada. Mandam brasa nas emissoras de tevê, nas redes sociais. Mobilizam ­youtubers e influencers.

Fosse apenas marketing e propaganda, os sites de apostas estariam perdoados, mas a investida foi além. Atletas do ludopédio foram cooptados para favorecer apostadores. Nada surpreendente. Em outros tempos, o Totocalcio provocou danos no campeonato italiano. No começo dos anos 80 do século passado, as malfeitorias envolveram clubes, jogadores e dirigentes. Milan e Lazio foram rebaixados e o algoz da Seleção Brasileira no Mundial de 1982, Paolo Rossi, foi suspenso por três anos. A pena foi reduzida para que ­Rossi estivesse presente na Copa do México.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 21 de maio de 2023 03h19
Esse mesmo mercado que se apropria do tempo livre das pessoas que pensam estar livres utilizam o seu tempo para o lazer são enganados o tempo todo por esse mesmo mercado. Seja no período laboral seja no tempo disponível. No período de suas atividades de responsabilidade, fazem o que não gostam de fazer com a atenção dedicada ao esforço para a sobrevivência, quando relaxam pensam que estão independentes, mas esse mesmo mercado se apropria de seu período de lazer para lucrar ainda mais e com mais valia através do engodo e da fraude desses momentos aprazíveis, sepultando sonhos através do engodo. Algumas redes televisivas e algumas redes de apostas são manipuladoras de jogos que terminam viciando resultados. E o tempo se esvai inútil para essas pessoas, mas os espertalhões se locupletam com o sonho alheio.

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