Luiz Gonzaga Belluzzo
[email protected]Economista e professor, consultor editorial de CartaCapital.
Não é surpreendente que a paixão futebolística tenha sido apropriada e domesticada por um formidável aparato midiático-mercadológico
As casas de apostas invadiram o espaço do futebol para metamorfosear a paixão dos apaixonados em ganância dos obcecados. Para buscar seus propósitos, não vacilaram em usar todos os instrumentos disponíveis da mercantilização acelerada. Mandam brasa nas emissoras de tevê, nas redes sociais. Mobilizam youtubers e influencers.
Fosse apenas marketing e propaganda, os sites de apostas estariam perdoados, mas a investida foi além. Atletas do ludopédio foram cooptados para favorecer apostadores. Nada surpreendente. Em outros tempos, o Totocalcio provocou danos no campeonato italiano. No começo dos anos 80 do século passado, as malfeitorias envolveram clubes, jogadores e dirigentes. Milan e Lazio foram rebaixados e o algoz da Seleção Brasileira no Mundial de 1982, Paolo Rossi, foi suspenso por três anos. A pena foi reduzida para que Rossi estivesse presente na Copa do México.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.