O fim da justiça universal

Senões a respeito do mandado de captura de Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Sergei Karpukhin/SPUTNIK/AFP

Apoie Siga-nos no

O mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra Vladimir Putin terá repercussões distintas daquelas invocadas tanto pelos EUA quanto pela Rússia. Para os EUA, Putin, que ainda não foi sequer acusado, é criminoso de guerra, pária internacional, devendo ser preso na próxima oportunidade. Para a Rússia, o mandado não tem qualquer valor jurídico e não terá qualquer eficácia, sendo apenas mais um ato de propaganda do Ocidente. É impossível saber qual das duas leituras prevalecerá. Debruço-me sobre as repercussões menos hipotéticas e mais reais porque observáveis a olho nu e desde já. O mandado de captura é semelhante às sanções econômicas impostas à Rússia. As suas repercussões serão reais, mas não aquelas oficialmente propostas.

A primeira repercussão reside no impacto num qualquer processo de paz sobre a Ucrânia. Suspeitava-se que os EUA não estavam interessados em negociações e acrescentava-se que o desinteresse era partilhado pela Rússia. A suspeita está hoje confirmada. Os EUA não negociarão qualquer processo de paz. Isto significa que jogam tudo na queda de Putin. Como esta não é previsível, ao menos a curto prazo, o povo ucraniano vai continuar a ser martirizado e os soldados ucranianos e russos vão continuar a morrer. Os possíveis e bem-intencionados mediadores internacionais podem, por agora, dedicar-se a outras tarefas mais realistas.

Leia essa matéria gratuitamente

Tenha acesso a conteúdos exclusivos, faça parte da newsletter gratuita de CartaCapital, salve suas matérias e artigos favoritos para ler quando quiser e leia esta matéria na integra. Cadastre-se!

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 26 de março de 2023 05h17
De fato, são dois pesos e duas medidas. Quando os EUA invadiram o Iraque alegando que Saddam Hussein tinha armas químicas para serem usadas contra os curdos, nada foi provado. O que eles queriam era mesmo o Petróleo. O presidente Bush não foi considerado criminoso internacional pelo TPI. Agora Putin, o é pelo tal TPI. EUA que invadiram outros países e mataram tanta gente principalmente civis indiscriminadamente sem serem responsabilizados nem os seus líderes sequer apontados como culpados pelos organismos internacionais como a ONU. A aliança Putin – Xi JiPing se consolida e os Estados Unidos e Europa vociferam de maneira hipócrita respaldados por uma ONU que é omissa diante dos crimes dos estadunidenses e severa com a Rússia por ocupara a Ucrânia. E o Volodymir Zelensky, que só quer se vitimizar e enriquecer. De fato, podemos perguntar: Que mundo nós queremos? Que líderes mundiais desejamos que nos liderem para o retorno da paz e da livre cooperação entre os povos? E a ONU, para que serve? Para respaldar os crimes dos estadunidenses e europeus ou para pacificar e tentar mediar os conflitos no mundo? Desejamos que os países neutros possam dar um fim ao conflito deflagrado juntamente com o papa Francisco, Xi-Jinping e porque não também com o nosso presidente Lula.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.