O feminismo está em todo lugar, não tem espaço que não deva ser ocupado

As ideias de igualdade de gênero e contra o patriarcado não estão apenas nos livros acadêmicos. Que bom

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Camila Rocha e eu coordenamos uma pesquisa com o Instituto Update sobre mulheres conservadoras. A ideia é pensar como podemos construir uma agenda feminista convergente, de confluências e encontros, para poder avançar na construção de um Brasil menos misógino e violento, menos letal para nós. Um Brasil que nos represente, que nos inclua.

Em breve, os resultados serão públicos, mas queria adiantar uma questão relevante que apareceu nas entrevistas: como elas se informam, leem, pensam sobre feminismo. Bem, estou acostumada a ler sobre feminismo nos livros, a debater sobre ele na universidade, a estudar feministas que fizeram História com suas palavras, textos, atos. Mas a maioria dessas mulheres que Camila e eu entrevistamos, especialmente as jovens, está distante dos textos acadêmicos, das digressões teóricas do feminismo, da autora ou do livro do momento, do conceito em inglês mais atual. Elas dizem aprender e falar do assunto majoritariamente online, com mulheres que elas consideram modelos femininos.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 17 de fevereiro de 2022 15h57
Talvez pareça estranho um homem se sensibilizar com um texto sobre feminismo. Mas me emocionei com a forma com que as mulheres admiram outras mulheres que demonstram uma força que as faz seguir em frente diante do machismo e da misoginia existente em nossa sociedade para não dizer no mundo todo. Quando eu era mais jovem e estava no metrô e via uma mulher triste diante de mim, eu me entristecia com a sua história que talvez não fosse muito feliz. Com o trabalho de prováveis assédios morais e sexuais com a provável volta a suas casas em que teriam filhos para cuidar e um homem a lhe esperar, provavelmente bêbado. Na época não havia a Lei Maria da Penha e o machismo era muito grande, mas ainda é, meio enrustido, com a luta das mulheres com esse empoderamento todo. A importância dessa lei é porque mulheres são machucadas e muitas vezes mortas pelos seus maridos, padrastos e até pais. Fico triste ao saber que algumas mulheres possam apoiar um Bolsonaro. Acredito que talvez não por si mesmas, mas pelos seus companheiros, pelos seus filhos que lhes impõem esse querer, pelo apelo do pastor. Para não contrariar os seus pares, elas se tornam bolsonaristas mesmo sabendo ser um governo que estimula a misoginia, o machismo e , muitas vezes o feminicídio, seja delas, seja de outras mulheres.

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