O declínio do Ocidente

Este não será um século de domínio inconteste da porção a Oeste do planeta. O cenário que se configura é de um mundo multipolar, fragmentado, sem governança e regras aceitas globalmente

(Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

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Proponho, querido e paciente leitor, que conversemos hoje sobre um tema vasto e complexo que adquiriu urgência nos anos recentes, em especial em 2022. Refiro-me, como indica o título deste artigo, ao declínio do Ocidente. Trata-se de uma questão intrincada, que mobiliza afetos, preconceitos, interesses. E por isso mesmo se mostra fascinante. O leitor, como eu, certamente gosta de desafios e não quer se restringir a assuntos batidos, onde reina certo consenso. Vamos em frente então.

Primeira pergunta: é fato ou mito essa decadência ocidental? Note-se que ela já foi proclamada muitas vezes. O assunto não deixa de ser batido, portanto. A própria expressão “declínio do Ocidente” foi tema e título de um livro de Oswald ­Spengler, publicado há pouco mais de cem anos, em 1918. O século XX não confirmou a previsão de Spengler. A resiliência ocidental foi maior do que imaginavam detratores e adversários. As formas de dominação modificaram-se, mas o século terminou sem que o domínio fosse de fato superado. O eixo do poder passou de um lado para o outro do Atlântico Norte, mas se manteve em mãos ocidentais. Até aumentou na reta final do século, com a surpreendente desintegração do bloco soviético e até mesmo da própria União Soviética.

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