Opinião
O Brasil real é Ariano
O escritor paraibano é fonte de resistência e inspiração, a antítese de Bolsonaro. Suas armas eram “o riso a cavalo e o galope do sonho”
Na semana que passou, o Partido Socialista Brasileiro realizou em Paraty, litoral do Rio de Janeiro, o primeiro de uma série de eventos anuais em razão da comemoração dos 100 anos de Ariano Suassuna, este grande e célebre escritor brasileiro que foi um dos fundadores da nossa agremiação socialista, e encerrou sua participação na política brasileira como seu presidente de honra. Ariano tinha uma paixão: o povo brasileiro. Dedicou sua vida inteira a ser voz da luta por uma sociedade mais justa, igualitária, orgulhosa do Brasil e dos brasileiros.
Paraibano, boa parte de sua vivência se deu no sertão nordestino, que ele costumava chamar de Brasil Real. Mais tarde, em revisão às suas próprias teses, percebeu que o termo Brasil Real era extensivo às comunidades pobres presentes também nos grandes centros urbanos. Para Ariano, o Brasil era um constante embate entre o Brasil Real e o Brasil Oficial. Com humor e elementos da cultura popular nordestina, ele tecia obras com críticas sociais incisivas, extremamente identificadas com as doutrinas socialistas cristãs. “A meu ver, enquanto houver um miserável, um homem com fome, o sonho socialista continua”, disse uma vez.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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