Paulo Nogueira Batista Jr.
[email protected]Economista. Foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, e diretor-executivo no FMI pelo Brasil e mais dez países
Fica difícil entender a insistência do governo em concluir o danoso acordo UE–Mercosul
O leitor ou a leitora que me acompanhe um pouco não estranhará o título deste artigo, uma variante do título do meu livro mais recente, O Brasil Não Cabe no Quintal de Ninguém. Se não cabe no quintal de ninguém, como caberia no jardim da Europa? Por que “jardim da Europa”? E por que dizer agora, especificamente, que o Brasil não cabe aí?
Eis a razão. O senhor Josep Borrell, que vem a ser nada mais, nada menos que “o alto representante da União Europeia para os negócios estrangeiros”, declarou que a Europa é um “jardim” e o resto do mundo, “majoritariamente, uma selva”. O sentido desse tipo de afirmação é argumentar que os europeus precisam proteger o seu “jardim”, isto é, a sua sociedade ultraconfortável e privilegiada, do assédio dos estrangeiros de várias origens.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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