Será tarefa difícil, mesmo para os estudiosos do futuro, definir o caráter psicológico ou a fisionomia emocional do presente processo eleitoral. Trata-se de uma mistura complexa e confusa de razões e desrazões, ódios cruzados, temores de todos os tipos, repulsas, rancores, desejos vingativos, ofensas, alguns tiros e escassas esperanças.
O desfecho desse processo não acaba com o resultado das urnas. Se Bolsonaro vencer, o que é menos provável, a dilaceração da sociedade se aprofundará, a divisão cobrirá com um imenso manto cinza a superfície do País. Os sentimentos de vingança, os temores e as dores farão ouvir seus gritos. Os operadores do mercado exultarão embriagados pelo êxtase demoníaco de uma grandiosa perspectiva de lucros com uma economia de mercado sem lei. Não importa se o preço a pagar será a morte da democracia, o salve-se quem puder, as ruas entulhadas de desabrigados.
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