O dia 26 de maio de 2022, em que um cidadão foi executado dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), transformada em câmara de gás, precisa despertar na sociedade brasileira uma onda de indignação e mobilização, tal qual o que se sucedeu nos Estados Unidos, quando George Floyd, também pobre, negro e trabalhador, foi assassinado por um policial em Minneapolis. Uma data para denunciar o horror como prática de Estado, marcar a luta por direitos e dar um basta à violência de Estado, que cada vez mais se normaliza no cotidiano, em rotineiras cenas de desrespeito aos cidadãos.
Genivaldo, 38 anos, casado, pai de dois filhos, foi parado para identificação por três policiais da PRF ao dirigir sua moto, sem capacete, em Sergipe. Um brasileiro comum que, ao ser abordado, se identifica e não está armado. Pobre, negro, trabalhador e com transtornos mentais, mostrou aos policiais a prescrição com os medicamentos que usava para o tratamento de esquizofrenia. Ainda assim, foi alvo de maus-tratos e de uma abordagem violenta dos agentes do Estado, documentada fartamente por muitos que ali estavam.
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