Massacre do Pinheirinho, 10 anos: Alckmin foi responsável direto pelo violento despejo

Na política, a capacidade de diálogo não pode ser confundida com perda de memória

Destroços do que foi o assentamento Pinheirinho, em São José dos Campos. Foto: Murilo Machado

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Dia 22 de janeiro de 2012. A comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo, amanheceu sitiada pela polícia. Iniciava-se ali um dos despejos mais violentos da história, que desalojou milhares de famílias, incendiou casas e deixou sequelas físicas e psicológicas. Eu estava lá e pude presenciar o desespero de mães, crianças e idosos que simplesmente não tinham para onde ir, após terem suas casas derrubadas. Houve, inclusive, um caso de abuso sexual, posteriormente denunciado ao Ministério Público, a envolver policiais da Rota.

Na noite anterior, por incrível que pareça, havia ocorrido uma grande festa no Pinheirinho. E com razão: os moradores tinham conseguido uma decisão da Justiça Federal que suspendia a ordem de despejo, anteriormente emitida pela Justiça de São Paulo. Ocorreu, então, o que se chama no Direito de “conflito de competências” entre duas decisões contrárias. Coube ao então governador, Geraldo Alckmin, tomar a decisão política de fazer o despejo e ignorar a determinação da Justiça Federal. Sem qualquer aviso prévio, a polícia tomou a comunidade antes das 6 da manhã.

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