Já escrevi em uma de minhas colunas em CartaCapital que a banalidade do mal, tal como a compreendeu a filósofa Hannah Arendt, não tem nada a ver com a banalização da maldade. O primeiro indica o descompromisso de alguém – um torturador, por exemplo – em relação aos crimes que pratica. Ao ser julgado no pós-Segunda Guerra Mundial, o carrasco nazista Adolf Eichmann alegou que “apenas cumpria ordens” de seus superiores, atitude classificada por Arendt como a banalidade do mal.
Posta essa diferença, quero abordar neste texto alguns acontecimentos tenebrosos, no Brasil pós-Bolsonaro, que tomo a liberdade de chamar de “banalização da maldade”. Todos eles têm a ver com a quebra – apregoada e exaltada pelo ex-presidente – de um tabu essencial para o nosso convívio em sociedade: o da dignidade do outro, tanto física quanto moral.
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