Lula e seus adversários

Os opositores formam um grupo heterogêneo, o que facilita o combate

Tática. O petista vem se concentrando no isolamento do bolsonarismo. O mais provável é a repetição em 2026 da ampla aliança de 2022 – Imagem: Ricardo Stuckert/PR

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O objetivo fundamental dos adversários políticos de Lula é claro e cristalino: enfraquecê-lo para que chegue derrotável à eleição de 2026. Derrotável significa, por um lado, passível de ser substituído por alguém mais palatável ou, ao menos, suscetível de ser pressionado a fazer concessões importantes. Obviamente, os adversários formam um grupo bem heterogêneo, o que facilita o seu enfrentamento. Lula, com sua vasta experiência e grande habilidade, sabe aproveitar-se dessas diferenças para avançar.

Para simplificar, vou distinguir neste artigo quatro grandes blocos políticos, ou cinco, se incluirmos o centro-esquerda liderado pelo presidente da República. Os adversários principais são:

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2 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 8 de abril de 2024 00h20
É sintomático que uma das premissas do lulismo é o combate a fome e às desigualdades sociais neste país e quiçá no mundo todo. O presidente Lula como um dos maiores líderes democráticos da história desse país e numa conjuntura, até certo ponto desvantajosa, em relação aos outros seus governos, precisa compor e até, ser antipático ao seu próprio núcleo interno petista, visto estar governando através de uma frente ampla, pior que isso, teve que se aliar a membros do centrão e até a bolsonaristas para conseguir formar maioria no Congresso a fim de ter seus programas de governo aprovados além de pautas progressistas. Para garantir a governabilidade, o presidente Lula precisa até fazer vista grossa a certas tendências neoliberais, mas sempre preservando o Estado e não privatizando. No aspecto fiscal e do controle de gastos, mas sempre tensionando a gastar na área social a fim de diminuir a desigualdade que é tão danosa ao país. Muitos empresários, o Mercado e a Mídia não têm essa sensibilidade, mas é crucial isso. No campo internacional, para termos um governo progressista, temos que admitir que um governo que siga os ditames não deve pensar somente num contexto democracia x ditaduras, mas pensar também que existe um imperialismo rondando o mundo e que regimes um tanto autoritários que enfrentam o imperialismo também serão benvindos. Alguns países se dizem democráticos, mas seguem a risca a receita neoliberal e são alinhados diretamente ao imperialismo americano, outros, não tão democráticos assim se mostram avessos aos interesses dos Estados Unidos e lutam para manterem intactos a sua soberania. O presidente Lula sabe bem disso, e tenta conciliar esses dois campos, tornando-se aliado de todos ao mesmo tempo a defender interesses econômicos e comerciais do Brasil. De fato, professor, o presidente Lula é o único líder de massas que temos e consegue realizar políticas públicas de inclusão social e diminuir as desigualdades enfrentando o extremismo que governou esse país por longos 4 anos e que quase destruiu o Brasil. Quanto ao poema do genial Fernando Pessoa, extremamente oportuno e cabível em sua reflexão, tomo a liberdade de citar outro poeta português, Mário de Sá Carneiro em seu poema Dispersão que cabe também uma menção ao presidente Lula, Perdi-me dentro de mim/ porque eu era labirinto/ E hoje, quando me sinto, É com saudades de mim/ Passei pela minha vida/ Um astro doido a sonhar. Na ânsia de ultrapassar, Nem dei pela minha vida.../ Para mim é sempre ontem, Não tenho amanhã nem hoje: O tempo que aos outros foge/ Cai sobre mim feito ontem. Não temos mais líderes de massas como Gregório Fortunato, Miguel Arraes, Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, dentre outros. Hoje temos somente Lula e é somente com ele que podemos contar, os outros políticos do campo lulista não têm a capacidade de enfrentar a extrema direita ou o bolsonarismo.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 10 de abril de 2024 13h42
Portugal teve a geringonça, nós temos a arca de Noé. Quem sabe…?

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O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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