Intolerável agressão

Não há silêncio admissível, sob pena de anuência dolosa com o golpismo

O nível de barbárie da turba é escandaloso - Imagem: Carlos Alves Moura/STF

Apoie Siga-nos no

Uma semana após a posse de Lula, insuflados por uma intensa retórica antidemocrática e pelo eloquente silêncio do ex-presidente Bolsonaro, atos golpistas insurgiram-se contra a democracia, a honorabilidade das instituições da República e o patrimônio público. Ficamos todos em choque com o nível de barbárie mostrado em imagens produzidas não só pela imprensa, mas pelos próprios invasores, que, para além da quebradeira e destruição generalizadas, não demonstraram qualquer pudor em vandalizar relíquias artísticas, como o famoso quadro de Di ­Cavalcanti, e deixar seu rastro escatológico por onde passaram.

Símbolos da democracia e dos poderes constituídos da República brasileira foram, sem precedentes na nossa história, desafiados pelos atos de violência que visaram, para além de mero inconformismo com o processo eleitoral que elegeu Lula, implementar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito. Fundamentados na pretensa liberdade em exteriorizar anseios autoritários, objetivou-se, ironicamente, fulminar as bases que asseguram a própria liberdade em apregoar até mesmo absurdos.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.