Décio Lima

Presidente do Sebrae

Opinião

Inteligência artificial: um conceito que não tem mais volta

Com o avanço da IA e políticas públicas voltadas à modernização, pequenas empresas são protagonistas na nova fase de neoindustrialização do país

Inteligência artificial: um conceito que não tem mais volta
Inteligência artificial: um conceito que não tem mais volta
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O uso da inteligência artificial (IA) já é uma realidade para 80% dos pequenos negócios brasileiros. E mais, as pequenas empresas são as que mais confirmam espontaneamente já ter feito uso de IA (65%) contra 35% dos microempreendedores individuais. E por setor, 32% as empresas da indústria afirmam atuar com inteligência artificial. O Novo Brasil Mais Produtivo vem justamente preencher esta lacuna.

O Sistema de Posicionamento Global (GPS), identificação facial, Chat GPT, ferramentas digitais de geração de imagem, chatbots com robôs no Whatsapp e de vendas, dispositivos inteligentes que controlam luz, temperatura e outros aspectos da empresa, eletrodomésticos inteligentes e bate-papo com robôs que tiram dúvidas financeiras são as ferramentas mais utilizadas.

Os números mostram essa grandeza da indústria: em 2024, o setor representou 24,7% do PIB e empregou cerca de 11,5 milhões de trabalhadores formais, o equivalente a 21% dos empregos com carteira assinada no país.

Além disso, de acordo com a CNI, o faturamento aumentou 5,1%, e o emprego formal teve alta de 2,3% na comparação entre os primeiros sete meses de 2024 e 2025. Grande parte desse resultado teve contribuição essencial de micro e pequenos empreendimentos, visto que eles representam cerca de 95% de todas as empresas do país.
No acumulado do ano passado, os pequenos negócios responderam por 1.222.972 empregos, contra 1.182.632 no mesmo período de 2023.

Para chegar a esses resultados, políticas públicas são necessárias. O governo federal lançou a Nova Indústria Brasil (NIB), uma política voltada a estimular a modernização do setor. Liderada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a NIB tem previsão de investimento total de R$ 516 bilhões até 2026, com suporte do BNDES, Sebrae, Embrapii e Finep.

Essa neoindustrialização tem como propósito colocar nossa indústria de forma cada vez mais assertiva na trilha da inovação. Dentro do escopo da NIB há uma missão muito importante que é o programa Brasil Mais Produtivo, voltado a micro, pequenas e médias empresas, com intuito de promover capacitações para melhoria de competitividade e transformação digital. Nessa jornada estão unidos o Sebrae, o Senai e a ABDI com o objetivo de levar esses empreendimentos a um novo patamar de tecnologia e sustentabilidade. Outras ações conjuntas importantes envolvem o Sistema Indústria, com o desenvolvimento de um portfólio de ações estratégicas dentro do programa Juntos pela Indústria, e com a Jornada Nacional de Inovação da Indústria – esta última com participação da Mobilização Empresarial para a Industrialização.
Desde o começo do projeto da neoindustrialização, estamos com a responsabilidade de atender e produzir resultados para 200 mil indústrias de transformação.

Essa união de propósitos também se dá na realização de importantes eventos que fomentam negócios e a adoção de novas tecnologias. Dois grandes exemplos são a recente INDEX – Feira da Indústria da Bahia, promovida em Salvador pelo Sebrae e Sistema FIEB, e a já tradicional Mercopar, em Caxias do Sul (RS), a maior feira de inovação industrial da América Latina, realizada pelo Sebrae Rio Grande do Sul e Sistema FIERGS, que este ano chega à sua 34ª edição e se consolida como uma das maiores referências no setor.

Na edição de 2024, a Mercopar contou com mais de 560 expositores e rodadas que tiveram a capacidade de gerar quase um bilhão de negócios, além de contar com mais de 42 mil visitantes.

Tais parcerias são primordiais. Poder público, instituições do setor produtivo e entidades empresariais, juntos, podem promover melhorias e incentivos e mobilizar pessoas e recursos em prol da indústria, um setor extremamente relevante para a sociedade em geral e para as micro e pequenas empresas em particular, pois elas criam empregos, geram renda, desenvolvem comunidades e promovem seu importante papel socioeconômico em cada canto deste nosso país. Mais do que nunca, a união realmente faz a força.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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