

Opinião
Independência sem povo
O Brasil, ao assumir a conciliação como método do jogo político, tornou-se um país inabilitado para as mudanças
Por
Aldo Fornazieri
| 06.09.2023 17h34

O povo foi o grande ausente na Independência do Brasil. Foi ausente também em todos os eventos de caráter fundante posteriores, como a Proclamação da República, a Revolução de 1930, a redemocratização de 1945, os eventos que marcaram o golpe de 1964, a transição e a Constituinte de 1988. Na Revolução de 1930, houve engajamento mais significativo, assim como na campanha das Diretas. Mas esta resultou no Colégio Eleitoral, um conciliábulo das elites, que escolheu o presidente e o vice.
A primeira Constituição brasileira, em 1824, foi outorgada pelo príncipe herdeiro do poder colonial, que assumiu o império do Brasil como herança da Coroa paterna. Nenhuma Constituição posterior, nem mesmo a atual, teve o aval fundante e legitimador do povo. O poder político e a própria nação carecem de um fundamento legitimador popular, ao contrário de outras nações.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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