Impunes, até quando?

A devida aplicação da lei é a principal arma na luta contra o golpismo. As instituições do Estado não podem prevaricar no combate aos crimes contra a democracia

Foto: TERCIO TEIXEIRA / AFP

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Desde a divulgação do resultado das urnas, movimentos golpistas espalharam-se pelo País, assumindo formatos, no mínimo, extravagantes. Cantar o hino do Brasil diante de pneus, subir em caminhões em movimento e fazer sinais em luzes para “generais” no céu são expressões bizarras de um “patriotismo de seita”, que, para além de conferir significado a objetos inusitados e deturpar símbolos nacionais, têm como objetivo mais profundo destruir as bases da democracia constitucional.

Nesse intento, os manifestantes de extrema-direita encontram como principal inimigo ficcional o Supremo Tribunal Federal e combatem o suposto ativismo judicial dos seus ministros. Seria nobre a atitude de criticar esse tipo de contaminação ideológica da Suprema Corte, mas, como se sabe, não se trata disso, já que esse movimento teve como uma de suas gêneses o mais fragoroso ativismo judicial da história brasileira: a Operação Lava Jato.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 29 de novembro de 2022 02h54
Imaginemos uma hipótese em que Lula fosse derrotado nas eleições e o MST ou o MTST paralisassem estradas, impedissem o abastecimento de alimentos e utensílios, enfim, provocassem todo esse caos que vemos diariamente. Certamente seriam punidos com o rigor da lei, se não massacrados pelas forças do Estado. Bolsonaro e filhos, a deputada Carla Zambelli, Roberto Jeferson contribuíram muito para esse estado anárquico e distópico em que vivemos. Esses indivíduos que ficam a rezar nos quartéis pedindo “Intervenção Militar”, a cantar o hino nacional de maneira bizarra, a ameaçar e agredir jornalistas e membros do STF precisam ser, de fato, severamente admoestados e punidos conforme a lei. Evidentemente que o tal ativismo político , desobediência e rebeldia começou com os membros da Lava Jato encarnados nas figuras de Moro e Dallagnol. Essa cultura de enfrentamento às instituições de maneira autoritária, toxica e corrosiva desencadeou no bolsonarismo que ainda pode ter desdobramentos perigosos se não forem tomadas medidas punitivas que sirvam de exemplo para futuras investidas. O Estado não punitivo, mas garantidor dos valores e princípios éticos e de autoridade devem se corporificar de modo a se ter um convívio democrático e de respeito entre os cidadãos e instituições.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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