Opinião
Impunes, até quando?
A devida aplicação da lei é a principal arma na luta contra o golpismo. As instituições do Estado não podem prevaricar no combate aos crimes contra a democracia
Desde a divulgação do resultado das urnas, movimentos golpistas espalharam-se pelo País, assumindo formatos, no mínimo, extravagantes. Cantar o hino do Brasil diante de pneus, subir em caminhões em movimento e fazer sinais em luzes para “generais” no céu são expressões bizarras de um “patriotismo de seita”, que, para além de conferir significado a objetos inusitados e deturpar símbolos nacionais, têm como objetivo mais profundo destruir as bases da democracia constitucional.
Nesse intento, os manifestantes de extrema-direita encontram como principal inimigo ficcional o Supremo Tribunal Federal e combatem o suposto ativismo judicial dos seus ministros. Seria nobre a atitude de criticar esse tipo de contaminação ideológica da Suprema Corte, mas, como se sabe, não se trata disso, já que esse movimento teve como uma de suas gêneses o mais fragoroso ativismo judicial da história brasileira: a Operação Lava Jato.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.