Afonsinho

Médico e ex-jogador de futebol brasileiro

Opinião

assine e leia

Futebol e arte

A semana foi marcada pelo primeiro pódio do País no Mundial de Ginástica Rítmica e pela convocação da Seleção de futebol para as eliminatórias da Copa do Mundo

Futebol e arte
Futebol e arte
Campeãs. O quinteto da ginástica apresentou-se ao som de Evidências – Imagem: Redes Sociais/Confederação Brasileira de Ginástica
Apoie Siga-nos no

Estou nas nuvens com o Mundial de Ginástica Rítmica, realizado no Rio de Janeiro. É impressionante a leveza dos movimentos das atletas, que contrasta com a força bruta que domina os esportes hoje. E foi incrível ver o Brasil fazendo história ao conquistar duas medalhas de prata.

No domingo 24, o quinteto formado por Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira, Mariana Gonçalves e Maria Paula Caminha ficou em segundo lugar na série mista, com três bolas e dois arcos, numa apresentação ao som de Evidências.

Na véspera, o mesmo grupo havia conquistado o primeiro pódio do País em 41 edições do Mundial de Ginástica Rítmica, na prova de conjunto geral. As brasileiras foram aplaudidas de pé pelo ginásio, e nos deixou vibrando.

Nos outros esportes, os holofotes se voltaram para o tenista João Fonseca. Na quarta-feira 27, o brasileiro perdeu por 3 sets a 0 para o tcheco Tomas Machac, número 22 no ranking mundial, despedindo-se assim da chave de simples do US Open na segunda rodada.

Já no futebol, as atenções giraram em torno da convocação da Seleção Brasileira para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Carlo Ancelotti mostrou ter duas linhas mestras: a exigência de plena forma física e a atenção à personalidade de cada jogador. A prova disso foi a convocação de alguns nomes que ele já conhecia.

A classificação garantida permitiu que o treinador convocasse nove nomes que ainda não tinham sido chamados para a Seleção. A não convocação de Vinícius Jr. e Neymar se justifica, e a chamada de Lucas Paquetá é estimulante para um jovem que passou por um susto severo.

A temporada, por aqui, também segue a todo vapor com o segundo turno do Brasileirão, a Copa do Brasil, a Libertadores e a Sul-Americana, nos campeonatos masculino e feminino.

O que deixou muita gente de orelha em pé foi a entrevista de Djalminha ao Globo Esporte. O craque passou em revista o momento do futebol brasileiro e mostrou-se espantado com os resultados escandalosos que desequilibram um campeonato que ainda está na metade. Para ele, os times que estão ameaçados de rebaixamento não têm mais para onde correr com o fim da janela de transferências.

Djalminha afirma que o futebol é um espetáculo e que o drible e o improviso são a chave, a fronteira entre a emoção do torcedor e a monotonia. Ele concluiu que, no meio de tanto envolvimento, ninguém está preocupado com o futebol em si.

A goleada de 8 a 0 do Flamengo sobre o Vitória, além de deixar o time baiano em maus lençóis, mostrou que o rubro-negro carioca quer viver um novo período memorável. O time está com um entrosamento espetacular, um elenco recheado de alternativas e, mesmo assim, busca mais reforços.

Os movimentos do clube indicam a intenção de manter o elenco atual, renovar contratos e não fazer contratações apressadas só porque a janela fechou. Para completar, o time ainda fechou um patrocínio vultoso e, pelo menos por enquanto, não se fala em SAF.

No alto da tabela, Flamengo e Palmeiras ameaçam distanciar-se dos rivais mais próximos, mesmo com a surpreendente reação do Cruzeiro, que vem comendo pelas beiradas. Enquanto isso, Atlético–MG e a própria Raposa brigam fora de campo, trocando acusações sobre pressões na arbitragem.

E por falar em cartolagem, o Flamengo está batendo boca com a CBF por causa da mudança de datas no calendário. A alegação é que a alteração, mesmo que tenha o objetivo de ajustar o calendário, criaria desigualdade entre os times neste momento do campeonato.

Vamos ver aonde essa discussão vai levar. O calendário realmente está insuportável, mas a mudança, agora no segundo turno, pode desequilibrar a disputa. •

Publicado na edição n° 1377 de CartaCapital, em 03 de setembro de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Futebol e arte’

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo