O tema da corrupção voltou com força ao debate público nos últimos anos, tendo efeitos salutares e preocupantes ao mesmo tempo. Bons governos trabalham para que haja aplicação correta dos recursos e se orientam pela probidade administrativa. O combate às ilicitudes virou indevidamente, porém, uma arma política de certos grupos que abusaram de suas prerrogativas para desvirtuar suas atribuições e obter dividendos pessoais. É escandaloso os outrora paladinos contra a corrupção a aceitar cargos em governos corruptos, se beneficiando com contratos suspeitos e buscando viabilizar projetos de poder em péssimas companhias. Sempre foram e continuam a ser “sepulcros caiados”, para utilizar a expressão de Jesus Cristo (Livro de Mateus, 23).
Com a proximidade das eleições de 2022, mais que nunca é necessário repor a discussão ao devido lugar, à luz da prática de cada um. O combate à corrupção deve ser bandeira das forças progressistas. Não se pode mais deixar que farsantes sequestrem a ideia de probidade. Casos de corrupção são variados e aparecem em vários segmentos sociais, atingindo a administração pública, as empresas e a sociedade civil. Nada corrompe mais o Brasil do que a concentração de renda, o poder e o conhecimento nas mãos de poucos. Por conseguinte, o protagonismo na discussão do combate à corrupção deve ser daqueles que defendem a justiça social e os recursos públicos aplicados em favor da maioria.
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