Frente Ampla

O Brasil do dia 31 de outubro

De frente para a urna, a decisão é simples: seu voto será a favor ou contra o nosso Brasil plural? Será um voto pela democracia ou pelo autoritarismo?

Fotos: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP e EVARISTO SA / AFP
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“Era uma vez um galinheiro muito feliz. Todo dia, o fazendeiro alimentava as galinhas. Todo dia, elas ficavam um pouco mais gorduchas e complacentes. Outros animais da fazenda tentaram advertir as galinhas. “Vocês vão morrer”, disseram. “O fazendeiro só está tentando engordar vocês.” As galinhas não deram ouvidos. Durante toda a sua vida o fazendeiro aparecera para alimentá-las, murmurando palavras de carinho e encorajamento. Como as coisas poderiam mudar tão de repente? Mas de fato um dia as coisas foram diferentes: “O homem que alimentou as galinhas todos os dias de sua vida, no fim torce seu pescoço”.

Bertrand Russel

Em 2018, o Brasil escolheu um caminho devastador. Em 2022, podemos mudá-lo. Pensar os últimos quatro anos mexe com a emoção. Alguém sentado na cadeira da Presidência da República apoia a ditadura, a tortura, deseja a eliminação dos diferentes, discrimina a população negra, as mulheres, asfixia a pesquisa. Sequestra recursos da ciência e da saúde no curso de uma pandemia, como também da educação e da cultura. Nega a diversidade humana e suas diferentes identidades e orientações sexuais, estimula a violência, arma a população civil, as milícias e uma política de segurança que autoriza matar. 

Nesses quatro anos, vem desconstruindo o Estado brasileiro. Desempregou, precarizou, ampliou gravemente a fome e transformou em bilionários os mais ricos. Mentiu e, com um forte e milionário esquema planejado de comunicação, criou um mundo paralelo para muitos que se movem pela desinformação, sem qualquer lógica ou racionalidade. 

Machucou fortemente a democracia, passou a boiada, nos traz vergonha e retaliação internacional. Não consegue conviver com a pluralidade cultural e religiosa. Tira das brasileiras e brasileiros a esperança num Brasil melhor. E pior, a expectativa após as cruéis reformas da Previdência e trabalhista é de congelamento do salário mínimo, sem correção nem pela inflação, com grandes perdas subsequentes para os trabalhadores, aposentados, pensionistas, beneficiários da assistência social. 

Este é o legado do governo Bolsonaro. 

Em meio a esta política errática, que negou aos mais pobres a mão do Estado, uma pandemia assolou o mundo e, no Brasil, teve um número recorde de mortes, milhares evitáveis, sem uma lágrima derramada em solidariedade ou de arrependimento. 

Assim chegamos às vésperas da eleição em 2º turno. Com esperança e coragem mostramos, todos os dias, que este caminho de 2018 pode ser revertido. Provamos que o Brasil tem jeito e que a maioria da população não está ao lado do arbítrio e da morte. Isso ficou claro com o resultado do 1º turno. Lula teve a maioria dos votos. E alcançou essa maioria contra a máquina de mentiras e de crimes eleitorais, contra o orçamento secreto que jogou bilhões na tentativa de comprar votos, contra um adversário que não se envergonha em desinformar e estimular por todos os meios o ódio e a violência. 

A mensagem do 1º turno ecoa em mim e deve ecoar em todas e todos. Nosso voto no próximo dia 30 de outubro não é entre dois candidatos, apenas. Mas é também, pois são duas histórias de vida e valores bem diferentes. Mas, é principalmente para escolher o Brasil que queremos.

Vota em Bolsonaro quem ainda quer ver o Brasil mais humilhado internacionalmente. Vota em Bolsonaro quem sabe que o Brasil não aguenta mais 4 anos de destruição, mas prefere isso “a votar no PT”. Prefere que seu país seja entregue, que a Amazônia pereça e que não reste nenhum direito social. Vota para que a fome se mantenha. Vota para que mulheres e idosos continuem sendo desrespeitados. É um voto em quem age contra a proteção de nossas crianças, inclusive em falas que expressam perfil pedófilo e negligenciam a exploração sexual contra elas.

Vota em Lula os que mantêm a esperança em dias melhores e os que sabem que ele honrará seu compromisso de valorizar o salário mínimo, retomar o programa de moradia popular. Vota em Lula, quem defende um projeto nacional de desenvolvimento e sabe que o Brasil precisa gerar empregos, renda e valorizar nossa cultura, a diversidade e a paz! Vota em Lula os que já entenderam que não é um voto num único partido e sim numa frente pela democracia e em defesa da Constituição de 1988, a Carta Cidadã.

De frente para a urna, a decisão é simples: seu voto será a favor ou contra o nosso Brasil plural? Será um voto pela democracia ou pelo autoritarismo? Você votará com o coração ou movido pelo ódio e pela mentira?

Meu voto será carregado de certezas. Depositarei nas urnas minha contribuição para um Brasil melhor. E a contribuição de cada uma e cada um é valiosa. Cada voto conta para que dia 31 de outubro amanheça com o sonho do país que sabemos possível concretizar. 

Olhemos para trás e para todo o sofrimento que este governo nos impôs. Olhemos para frente com a esperança em dias melhores. É tudo que precisamos para fazer valer nosso direito ao voto. Está em nossas mãos. Dia 30 eu voto Lula, eu voto 13!

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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