Frente Ampla

Liberdade, liberdade

Mais da metade dos eleitores optou por Lula e, agora, teremos um 7 de Setembro digno do sonho e da luta por um outro Brasil

Foto: Ricardo Stuckert
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“Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil”

Os países que viveram um dia sob o jugo colonial comemoram a data de suas independências. Os processos de libertação na América foram variados na forma e no tempo, mas, em comum, foram motivados pelo sonho de uma nação soberana, livre e, principalmente, para que as riquezas produzidas revertessem em prol de seu povo. Na prática, o fim do espólio e da dilapidação de um patrimônio que era todo destinado a encher os cofres das coroas europeias.

Durante os últimos 4 anos, a data 7 de Setembro foi usurpada e seu significado deturpado. Na comemoração de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro usou os palanques dos desfiles em Brasília e em São Paulo para ameaçar o Supremo Tribunal Federal e a democracia. Em seus discursos, além das indignas inverdades e xingamentos contra os outros poderes e seus representantes, vociferou contra o sistema de votação eletrônica e chamou as eleições de farsa. Chegou a afirmar que só sairia da presidência “preso, morto ou com vitória”. E ainda complementou “Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso.”

Vitória não teve. Politicamente, morreu a partir de sua inelegibilidade. Resta apenas a prisão para mostrar a ele o destino merecido de quem se insurge contra a democracia e comete crimes, e o faremos no devido processo legal, sem arbitrariedades ou atropelos. São vinte e quatro inquéritos a que o ex-presidente responde. São crimes contra a vida, atentado violento contra o estado democrático de direito, milícias digitais, entre outros tantos.

O palanque de 7 de setembro, que deveria ser usado para homenagear a luta dos que defenderam a independência do Brasil foi utilizado para dar início a um processo que culminaria com a tentativa de golpe em 8 de janeiro 2023. Um instrumento para incitar parte da população a golpear a democracia e o resultado das urnas. Isto tem nome. Está tipificado em nosso código penal. E não pode ser tolerado, justificado e, muito menos, passar sem responsabilização de todos os envolvidos.

O candidato derrotado não aceita ainda hoje que a maioria se posicionou contra seu projeto autoritário e anti-nacional. Mais da metade dos eleitores optou por Lula e, agora, teremos um 7 de Setembro digno do sonho e da luta por um outro Brasil. Será um dia de valorizar a democracia, o Estado Democrático de Direito, as instituições, a nossa Lei Maior. Dia de abraçar a esperança de um país mais justo, de ouvir o grito dos excluídos. Dia de combater qualquer resquício de um projeto que apequena nossa nação e a deixa de joelhos frente aos interesses externos como se colônia ainda fôssemos. NÃO SOMOS!

O verde e o amarelo voltarão a ser ostentados com orgulho, e não como um instrumento de divisão de um povo. A palavra “patriota” retornará ao seu significado mais ilustre: o que ama seu país. Não é patriota quem trama contra ele e contra sua soberania. Não amam o país os que o querem dividido e fragilizado. Não o respeitam quem não valoriza sua singular diversidade. A esses, chamo de anti-patriotas e vendidos.

Não tememos as ímpias falanges que apresentam face hostil. Nosso peito e nossos braços abertos são mais do que muralhas  do Brasil. São a expressão máxima de um povo que acolhe, que trabalha, que ama e que continua sonhando com um futuro melhor para todas e todos. São esses os representantes do espírito do dia 7 de Setembro que faz renascer, todos os dias, o sonho realizado de nossa independência.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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