Frente Ampla

Eis que chega a roda-viva

De um lado temos um presidente no silêncio permissivo. De outro, o presidente eleito que se depara com o drama de um orçamentário completamente insuficiente

O presidente eleito Lula. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O que já era um ambiente carregado de intolerância, preconceito, ódio e desinformação, parece ter adquirido uma nova dimensão a partir da dificuldade de um grupo em aceitar o resultado das eleições. Exemplos não faltam de que a situação beira o limite da insanidade.

Em 6 anos, retrocedemos 3 décadas no que se refere a uma convivência civilizada e de respeito às leis e às instituições. O ódio foi alimentado regiamente e, agora, se volta contra a vontade soberana da maioria dos eleitores e eleitoras. Não aceitam o resultado. O TSE age com celeridade e correção em defesa das urnas e contra ataques que miram fragilizar nossa democracia. A cada decisão, mais agressões, mais mentiras.

Grupos acampam em frente a quartéis, enquanto são fortemente incentivados e subsidiados para lá permanecerem. Acreditam na prisão de ministros do STF, clamam por ajuda alienígena, são incentivados a permanecer em estado de motim por notícias de “origem desconhecida”, mas que sabemos muito bem a origem. Relatórios são fabricados na tentativa criminosa de questionar a segurança das urnas eletrônicas.

Bloqueios em estradas, por atos que levantam bandeiras contra a constituição, prejudicam a economia, impedem o livre trânsito de pessoas que buscam atendimento médico e dependem de um trânsito fluído para conseguir chegar a tempo de se despedir de uma mãe em estado grave de saúde. Orações são dirigidas a uma pilha de pneus em chamas e chegam a se agarrar a caminhões que querem ter o direito de transitar livremente.

Pessoas que se dizem jornalistas atacam Leilane Neubarth pelo “crime” de ter postado uma foto de seu neto com uma fala valorizando o movimento em defesa das comunidades e do trabalho feito pelas associações. E ainda usam uma criança para fazer valer todo seu preconceito no discurso de que favela é lugar de bandidos.

Um adolescente BRANCO invade duas escolas e assassina 4 pessoas, mas a foto escolhida para falar sobre o caso é de uma mão NEGRA segurando uma arma. O jornal justificou a escolha da imagem como “inadequada”. Mas, só quem vive as consequências dessas escolhas sabe o que é conviver com o racismo. Deve ser demais pedir que pensem duas vezes antes de contribuir para a escalada da intolerância que já é alta demais.

De um lado temos um presidente ausente e no silêncio permissivo das manifestações antidemocráticas, desde a sua derrota no 2º turno das eleições. De outro, o presidente eleito que se depara com o drama comprovado pela equipe de transição de um orçamentário completamente insuficiente para cobrir as politicas públicas necessárias ao povo e ao país, sequestros de recursos que se repetem de áreas estratégicas, como educação e saúde, e um apagão administrativo.

E setores do Congresso Nacional, os mesmos que defenderam e aprovaram uma emenda constitucional eleitoreira, contestam a única proposta capaz de tornar o país governável e com o pagamento do Bolsa Família garantido por 4 anos, a chamada PEC da Transição.

Quem defende a PEC e a governabilidade, se vê na posição de ser colocado como os que vão contra a corrente, mas não deixamos de resistir e avançar. Desta vez, na volta do barco, não deixaremos nada a cumprir. Lula tomará posse. O Brasil voltará a ser exemplo no combate a fome. A vida das brasileiras e brasileiros será colocada como prioridade e o Plano Nacional de Imunização retomará sua tradição de alcançar índices altos de cobertura vacinal para a Covid e todos os outros imunizantes que constam do calendário oficial. A cultura renascerá e a educação será inclusiva e financiada de acordo com o enorme desafio de transformar vidas e formar cidadãs e cidadãos. A ciência será efetivamente a referência das politicas do novo governo. Politica industrial e geração de emprego estará no centro da pauta. O país terá metas de curto, médio e longo de prazos.

Nossa roseira é a mais linda que há. E não será carregada. Nem mesmo por uma juíza inculta que não reconhece a genialidade diante de seus olhos.

Viva a Democracia!

Viva o Brasil!

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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