Esta é a minha coluna de despedida de 2021 e também deste espaço. Havia terminado um texto sobre esperança e estava pronta para enviá-lo, quando li as ameaças de morte dirigidas às vereadoras Daiana Santos, do PCdoB, e Karen Santos, do PSOL, e estendidas a Bruna Rodrigues, do PCdoB, Laura Sitto, do PT, e Matheus Gomes, do PSOL, integrantes da Bancada Negra da Câmara Municipal de Porto Alegre. As ameaças me indignaram, por óbvio, mas mais ainda a naturalidade com que as nossas instituições seguem “funcionando”. No país em que Marielle Franco foi executada, avolumam-se ameaças contra vários de nós, que enfrentamos os governos negacionistas e descomprometidos com os direitos do nosso povo.
A banalização desse ambiente político de violência e do vale-tudo é parte da estratégia da destruição do Brasil. Solidarizo-me com as minhas companheiras e meu companheiro de luta, porque sei as razões pelas quais foram ameaçados: representam as luzes que podemos ver em meio à escuridão do que estamos vivendo. Não é sobre vocês, mas sobre os milhares de brasileiros e brasileiras negras que são representados por vozes como as suas, que gritam contra a fome, o desemprego, o encarceramento em massa, contra o fim do ProUni, que resistem ao desmonte do SUS e do SUAS.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login