Frente Ampla

Com a ameaça golpista, não há espaço para omissão

O próximo domingo não é somente a data do primeiro turno das Eleições. É o momento de mostrar nas urnas que o Brasil é contra o caos instalado pelo governo de Jair Bolsonaro e seus cúmplices

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Miguel Schincariol/AFP
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Os recorrentes casos de agressões físicas a pessoas que expressam votar contra o atual presidente e as ameaças constantes à democracia exigem do meio político e do eleitorado um posicionamento claro e direto. Protelar uma postura sobre o atual cenário é inaceitável diante da eleição mais importante da história brasileira.

Optar pela ideia de neutralidade, mesmo com as instituições sob ataque, representa a conivência com aqueles que explicitamente desrespeitam os direitos alcançados ao longo de anos de lutas sociais. É tentar se encaixar num conceito ultrapassado difundido pelo establishment que propaga um “equilíbrio” excludente e favorável às elites.

A opinião, de fato, é um direito. Mas estar “em cima do muro” por si só classifica-se como ação ideológica; atualmente, a favor da destruição promovida pela gestão de Jair Bolsonaro. O desinteresse, nesse caso, nada mais é do que a camuflagem da indiferença com o sofrimento nacional.

A omissão é uma das ações mais arriscadas em sociedade, pois ela entrega aos que detêm o poder a independência para decidir sobre tudo e todos: da sua liberdade ao seu modo de vida. Se omitir, é dizer sim às desigualdades de maneira velada e covarde.

Pesquisas de intenção de votos apontam que os indecisos somados aos votos brancos e nulos totalizam quase 10% do eleitorado no país. Um percentual normal em outros tempos, mas preocupante nos dias de hoje. Não se pode permanecer no “nem um, nem outro” quando a vida é colocada em xeque.

Por isso, o próximo domingo não é somente a data do primeiro turno das Eleições. É o momento de mostrar nas urnas que o Brasil é contra o caos instalado pelo governo de Jair Bolsonaro e seus cúmplices.

Vale ressalta que movimentos fascistas nunca tiveram força expressiva no país. A Ação Integralista Brasileira, por exemplo, não alcançou a massa, embora os ideais do integralismo estejam presentes hoje de forma ampliada no lema do Governo Federal. Não existe a “opinião” de não votar quando a existência de alguém está sob ataque.

Deixar para expressar o repúdio às ameaças?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> golpistas de Bolsonaro somente num eventual segundo turno pode dar espaço a mais violência política e tentativas de desqualificar um processo eleitoral limpo e seguro.

Ainda que os fundamentos autoritários não desapareçam do país em 2022 – pois a restruturação civilizatória exige, entre outras medidas, processos de fomento ao pensamento critico social – é necessário dar uma resposta rápida a possibilidade da escalada fascista. É um momento crítico para o Brasil. Diante disso, quem tem voz deve usá-la!0

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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