Opinião
Engodo em pílulas
É preciso proteger a saúde da população contra comerciantes inescrupulosos que fazem da vida uma mera mercadoria
A escolha do tema desta coluna foi instigada pela reportagem de capa de CartaCapital, que trata dos produtos com alegação terapêutica. Suplementos e medicamentos isentos de prescrição médica, que não possuem tarja vermelha ou preta em suas embalagens, podem ser anunciados à população de forma geral. Não é admissível, todavia, o uso de recursos que possam tornar a informação falsa, incorreta ou que cause confusão. Afinal, a publicidade define padrões de mercado e de comportamento das pessoas.
Como médico, atuo há 26 anos em um Centro de Controle de Intoxicações. Atendi muitos casos de pacientes que deram entrada em serviços de urgência e emergência, vitimados por suplementos e medicamentos vendidos como inofensivos. A cultura de uma vida saudável e a busca de soluções para doenças e problemas de saúde, principalmente os crônicos, que tendem a ser mais prevalentes nos idosos, levam muitas pessoas a adquirir esses produtos sem orientação e prescrição médica.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.