Afonsinho

Médico e ex-jogador de futebol brasileiro

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Duelo europeu

Em meio a tantas competições acontecendo ao mesmo tempo, o jogo entre Manchester City e Real Madrid foi o mais empolgante da semana

Duelo europeu
Duelo europeu
O brasileiro Gabriel Jesus, que joga pelo time inglês, é um dos destaques da Champions League - Imagem: Paul Ellis/AFP
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Em meio ao embaralhamento de tantas competições acontecendo ao mesmo tempo, o jogo de ida das semifinais da Champions League, entre Manchester City e Real Madrid, na terça-feira 26, na Inglaterra, foi, de fato, o mais empolgante desta semana. Sete gols marcados em uma partida desse nível é algo sensacional de ser acompanhado. Dessa disputa, que terminou com a vitória do time inglês, por 4 a 3, vão sair os finalistas do campeonato que apresenta o melhor futebol do mundo.

Na outra banda das semifinais ­disputam Liverpool e o “azarão” Villareal, que, na verdade, nem pode ser considerado como tal. Para chegar aonde chegou, o time espanhol, necessariamente, tem bagagem. Além disso, seu treinador, o ex-jogador espanhol Unai Emery, é especialista em disputas desse tipo.

A melhor qualidade de futebol deve-se à superconcentração da maioria dos grandes profissionais do mundo nos times da Inglaterra. Escrevo isso sem desconsiderar o Bayern alemão e o Paris Saint-German, com nosso craque mais valorizado, Neymar, e seus destacados companheiros.

Temos insistido que, na Champions League, está o melhor futebol. A Copa do Mundo, que se aproxima, não apresenta os conjuntos mais afinados, uma vez que os jogadores de cada país estão espalhados pela Europa e se reunirão apenas às vésperas do início do torneio.

O fato de esta edição ter tido o calendário alterado pode ser entendido como um ponto positivo em termos de performance, uma vez que a temporada europeia estará em seu início e os craques, justamente por isso, em melhores condições. Em termos de estrelas, vamos ficar desfalcados do genial Salah. Sua seleção, o Egito, não conseguiu se classificar. Uma lástima.

Ainda sobre os jogos das semifinais, as emoções brotaram em todos os sentidos, com lances que mostraram a imprevisibilidade que faz do futebol um jogo tão apaixonante.

Chamo atenção, especialmente, para as jogadas do brasileiro Fernandinho, pelo Manchester City. Apesar do desconcertante drible que levou de Vini Jr., o jovem, em forma explosiva, é um valoroso destaque entre os grandes clubes da Europa.

Pep Guardiola, treinador do time inglês, escalou Fernandinho, seu jogador de confiança, pela lateral direita, talvez pensando no respeito entre os compatriotas. Mas o agora “merengue” não pensou em nada: está voando mesmo. Gabriel Jesus também se destacou.

O franco-argelino Karim Benzema, jogando pelo Real Madrid, no auge de sua forma, fez mais dois gols que o aproximam do CR7. No segundo, de pênalti, mostrou um nível de confiança impressionante com uma “cavadinha” de arrepiar os fanáticos torcedores madrilenos.

Como se não bastasse, houve o gol espetacular do excelente Bernardo­ ­Silva, português do City. O jogo que parecia terminar com boa vantagem do time da casa, estampada na expressão preocupada do experiente treinador italiano ­Ancelotti, do Real, acabou com vitória apertada, que deixa tudo em aberto, prometendo, para a próxima semana, uma decisão eletrizante em Madri. •

PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1206 DE CARTACAPITAL, EM 4 DE MAIO DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Duelo europeu”

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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