Desmontar o desmonte

Os entraves ao ensino e à pesquisa criados por Michel Temer e Jair Bolsonaro ainda não foram retirados

Imagem: iStockphoto

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No fim de 2015, o MDB divulgou o documento intitulado Uma Ponte para o Futuro, que deixava claras as diretrizes de um novo governo comandado pelo então vice-presidente Michel Temer. O documento serviu para angariar apoio em setores ultraliberais para a derrubada da presidenta Dilma Rousseff. Aquela “ponte” previa uma redução do Estado e dos direitos sociais e o favorecimento dos interesses privados. As reformas que vieram não foram surpresa. Vejamos três exemplos de ações governamentais compatíveis com o previsto naquele documento nas áreas de educação e de pesquisa científica e tecnológica, adotadas após a posse interina de Temer e que continuam de pé.

Um dos primeiros atos de Temer, em maio de 2016, foi iniciar o desmonte do sistema de fomento da pesquisa científica e tecnológica, rebaixando a posição do CNPq. Em seguida vieram as reduções sistemáticas de orçamento, chegando, em poucos anos, à terça parte do que tinha sido por volta de 2015. A Capes, principal órgão de fomento à formação de pessoal de nível superior, seguiu o mesmo rumo, tendo seu orçamento reduzido na mesma proporção.

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1 comentário

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 2 de janeiro de 2024 11h37
Desde Temer há a tentativa- que está quase tendo sucesso- de elitizar ao máximo a educação superior e transformar o ensino médio em uma grande fábrica de mão de obra semi-especializada. Ambas atendem a uma classe que ainda tem saudade das capitanias hereditárias, mas não quer por a mão na massa, apenas quer ostentar um ou mais diplomas na parede. Toda vez que se fala em “reforma do ensino” no Brasil, fico com urticária, porque TODAS as reformas, desde a da década de 70, só pioraram a situação. O professor Otávio é uma das vozes que clama no deserto, infelizmente…

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