De Mussolini a Bolsonaro

A construção social da mentira como alavanca de comando unifica os dois personagens de egos transtornados

1922: Mussolini chega a Roma ao cabo da Marcha que o levou ao poder - Imagem: Ann Ronan/Picture Library/AFP

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O historiador Mimmo ­Franzinelli, conhecido por seus trabalhos sobre o fascismo, escreveu o livro Mussolini Racconta Mussolini, uma antologia de textos autobiográficos do Duce. Nas linhas e entrelinhas são expostas as deficiências de Mussolini como chefe de Estado e ressaltados os lados sombrios de sua personalidade. Diz Franzinelli que o Duce nunca foi “um grande estadista”, capaz de projetos para o desenvolvimento do país.

A antologia nos dá uma imagem dos humores, exaltações, surtos psicóticos, volúpia e paixões políticas e culturais do Chefe. “Nada a ver com um projeto de nação, mas impulsos irracionais oriundos de um ego sem limites, de uma convicção e de uma autoconvicção da própria ‘­vontade de poder’ que não conhecem limites.”

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2 comentários

ricardo fernandes de oliveira 8 de julho de 2023 20h09
Quanto a projeto de país, estamos empatados com Mussolini. Há muitos e muitos anos inexiste projeto de país. Sobre delírios de grandeza, as falas do companheiro lula sobre política externa não são muito melhores
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 9 de julho de 2023 05h21
De fato, caro articulista, há mais semelhanças entre o Fuhrer, o Duce e Bolsonaro do que a vã filosofia dos homens possa imaginar. O histrionismo, o delírio, os surtos psicóticos e o comportamento psicopata podem explicar essas equivalências dos personagens citados. Concordo que os bolsonaristas realmente criaram Bolsonaro e não o inverso, visto que a maldade estava latente nas pessoas, a sua visão pessoal individualizada e o seu programa encontraram eco numa ampla camada dessa sociedade. A verdade é que Bolsonaro não teria vingado sem o bolsonarismo desse segmento de indivíduos iletrados, fracassados, ignotos e ressentidos.

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