Embora cem dias não seja um número cabalístico, parece que para os governos assumiu essa dimensão. Trata-se de um marco temporal arbitrário sem que se saiba bem a origem. Pode ter se originado no “governo dos cem dias” de Napoleão Bonaparte, de 20 de março a 8 de julho de 1815, quando ele fugiu de Elba e retomou o governo. Então foi derrubado por uma coalizão de países e confinado até a morte na ilha de Santa Helena. Quando Franklin D. Roosevelt lançou, no centésimo dia de sua gestão, um pacote de medidas para combater a Grande Depressão nos EUA, nos anos 1930, a efeméride entrou de vez no calendário político.
Lula chega aos cem dias de seu terceiro mandato com avaliações de dois institutos de pesquisa, o Ipec e o Datafolha. Pela ordem, o governo obtém 41% e 38% de bom e ótimo; 32% e 30% de regular: e 32% e 29% de ruim ou péssimo. São números aquém dos dois mandatos lulistas anteriores e do primeiro mandato de Dilma, mas superiores aos de Bolsonaro no mesmo período de 2019. Os dados apontam para uma conclusão ambivalente: não são satisfatórios, mas também não são desastrosos.
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