Complexo de vira-lata

O que o Brasil ganha com o acordo entre o Mercosul e a União Europeia? Não faz sentido insistir em uma agenda que só interessa aos europeus

O presidente Lula na cúpula do Mercosul, na Argentina. Foto: Ricardo Stuckert/PR

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As negociações entre o Mercosul e a União Europeia para um acordo econômico abrangente estão entrando no que parece ser a reta final, com representantes do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços ansiosos para chegar a um acerto. O presidente Lula tem declarado que quer fechar com os europeus até 7 de dezembro, quando passa a presidência do Mercosul para o Paraguai, mas acrescentou que, se não resolver a questão até lá, abandonará as negociações que se arrastam há 20 anos. Espero que elas sejam, de fato, abandonadas e vou explicar a razão.

Os negociadores de Lula cometeram o erro de retomar as negociações com os europeus aceitando como ponto de partida um acordo desastroso herdado de Bolsonaro. Colocaram-se, assim, na posição de pedintes de ajustes a uma péssima resolução. Conseguiram levantar poucos pontos relevantes, não tocando na essência neoliberal do pacto aceito por Bolsonaro.

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2 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 5 de dezembro de 2023 04h28
O Brasil é um país independente e não deve mesmo se submeter às chantagens da União Europeia e sim reforçar os vínculos com os países do Mercosul. Continuar a reboque dos ditames dos países europeus que nada querem dar e só taxar os produtos dos países sul americanos sem contrapartida é submissão que não tem nenhum sentido comercial nem econômico. O presidente Lula é um homem sábio e sabe que o que é bom para a América do Sul é bom para o Brasil e ponto final. Excelente artigo, professor.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 7 de dezembro de 2023 12h07
O título diz tudo. Só falta revogar a independência e voltar a ser território ultramarino de Portugal…

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