Opinião

Como fazer economia na agropecuária

Se tiver pretensões maiores, candidate-se a qualquer posto público e acuse o MST de invadir e destruir estações de pesquisa da Embrapa

Foto: Arquivo/MMA
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Em primeiro lugar e, principalmente, se tiverem talento para as artes visuais, cênicas, literárias ou musicais, mudem seu endereço residencial ou comercial para qualquer área rural do Brasil, lá construam uma casa modesta, dimensões adequadas ao número de membros de sua família e, se tiverem, dos agregados. Reservem espaço pequeno para exercerem suas paixões e talentos.

Para a moradia e benfeitorias não usem mais do que 10% da área. Latifúndio ou chácara, não caiam na tentação de extrapolar essa relação. De qualquer forma será vital para adquirir denominação de ruralistas. Invistam com vigor, até armados, se necessário, já que em tempos bolsonaristas a compra de armas a colecionadores (selos?), caçadores (borboletas?), clubes de tiro (ao Árvaro –Adoniram Barbosa?) e defesa contra invasões do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).

Não sei hoje em dia, mas no caso dos últimos, havia uma forma criativa e justa, ruralistas, de defenderem qualquer área por vocês griladas (suas, portanto), principalmente nas regiões Norte-Nordeste.

Sigam-me com atenção. É grátis e supimpa, tão antigos são termo e forma de proteção de “seu patrimônio”. Nada de invenção do capiroto. Conversa de cercadinho. Foi contada por mim por fonte com quem conversei esta manhã, no Palácio do Planalto, traíra do “Mito” (não revelo fontes; só posso dizer que era uma das emas, de comprovada expertise em robótica e inteligência artificial. Ele só a tomou como sua assim como fez com a Transposição do São Francisco.

Receita:

  1. Escolha área de floresta de bom tamanho para seu futuro investimento;
  2. Dependendo da disponibilidade na região, contrate jagunços, mineradores, madeireiros, milicianos do Rio de Janeiro cansados de subir morros e fazer balas perdidas atingirem favelados trabalhadores e crianças, e promovam as invasões;
  3. Que estejam legalmente bem armados e saibam distinguir índios de brancos;
  4. Formem uma pequena aldeota para divertimento social da equipe: um bar com muita cachaça, cômodos com beliches para que o sexo seja consensual entre o casal de cima e o de baixo;
  5. É permitida uma capelinha para uso ecumênico entre as diversas seitas evangélicas. Outras crenças apenas sob sua aprovação ou ficha no Partido Liberal (PL);
  6. Importante: não plantem nada na área restante. Mandem a equipe difundir em assentamentos desassistidos que tal área é improdutiva e precisa ser invadida. O “dono” vive lá com a família, tocando piano, um outro dançando desajeitado e uma menina pintando (desculpem-se pela má interpretação de seus peões);
  7. Chegou a hora. Preparem a equipe com o maior armamento possível, esperem e a invasão do MST virá;
  8. Já ouviram falar em logística reversa ou reintegração de posse?
  9. Pois é, o que nunca foi seu, passará a ser seu;
  10. Se tiver pretensões maiores, candidate-se a qualquer posto público e acuse o MST de invadir e destruir estações de pesquisa da Embrapa. Em sua área estava desenvolvendo “A arte e a cultura como influenciadoras na expansão de terras férteis para substituir matas que só cresciam para o alto feito bobalhonas”, tese de um zumbi que vivia na região casado com uma mula-sem-cabeça, candidata a futura presidente da República. Você seria cabeça na chapa.

Inté! Fechei. Assinem CartaCapital e leiam a coluna Informações para seu futuro de riqueza”.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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