Como andam os leitores de CartaCapital?

Sabemos que falta muito, mas o horizonte positivo já pode ser percebido em índices políticos, econômicos e sociais

Foto:Fábio Rodrigues Pozzebom/ABR

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Posso apostar que a maioria de nós outros, leitores de CartaCapital, desde meados de 2018, esperávamos o fim do domínio malévolo da Era Capiroto. Fazíamos a pergunta e víamos alguns incautos ou desilustrados convictos de sua opção. Nem o histórico de sua atuação pregressa ou das barbaridades que defendia os demovia da adoração ao mito. Mesmo paciência, crença ou esperança de que o pleito presidencial de 2022 trouxesse o País de volta aos trilhos da racionalidade, nem por isso, o temor passava.

O defenestrado do Exército, quando tentou uma quartelada por salários, idos passados, poderia, ainda assim, fazer o phyisique du rôle das Forças Armadas se posicionarem, às claras, em apoio ao governo tresloucado que fez, e apoiá-lo nas urnas, na invalidade delas e, finalmente, em um Golpe de Estado que, como tentativa, veio a acontecer no dia 8 de Janeiro, logo após a posse – faixa não entregue – desconsiderada a tunda que tomou de Lula nas urnas.

Com todo o respeito à gravidade do acontecido naquele domingo, revendo, hoje em dia, a reprodução dos fatos em folhas e telas cotidianas tem sido difícil esconder o riso e, pior, continuar o texto em tom de galhofa.

O que eram aqueles homens e mulheres, alguns bebês mal alimentados, enrolados no pavilhão nacional, ônibus, caminhões e acampamentos patrocinados por empresários que os demitem a cada crise em que passam em suas empresas, já que a papa, o vinho e as férias, na praia ou no campo, já lhes estão garantidas?

O protesto, a manifestação? Quebrarem janelas e portas de vidro ou destruírem utensílios e obras históricas de imenso valor para a história de um país que – isto é verdade – pode esbanjar recursos tão rico é, mas de povo tão miserável.

Leitores de CartaCapital estávamos corretos. Não foi necessária uma década para pôr o País sobre trilhos. Sabemos que falta muito. Mas o horizonte positivo já pode ser percebido em todos os índices políticos, econômicos e sociais que possam ser avaliados.


Pensávamos, depois de quatro anos infernais, promovidos por um demente, clã e acólitos, de pelo menos um alívio, bem-humorado, que aos quase 79 anos não quero perder por nada. Quero-os por quatro anos, num cenário de união para a reconstrução que arriscávamos necessária.

Uma década (até aí não vou, mas deixo a vocês, jovens, em uso-fruto) pelo menos, para pôr o País nos trilhos, conspiravam economistas liberais e mídia corporativa. Não creio irá precisar. Primeiro ano de mandato Lula, sobretudo na economia, com Haddad, o horizonte da construção começa a aparecer em todos os principais indicadores. É óbvio, como o é no modelo econômico capitalista, que alguns segmentos sofrerão mais, outros menos. Mas o “balancê” vai bem.

Não nos apavoremos, pois. Nada disso. Períodos como o de Jair Messias, clã e acólitos têm sido frequentes no Brasil. Tanto neste site de CartaCapital ou no GGN dos jornalistas Luís e Lourdes Nassif, onde escrevo, praticamente, todas as semanas, sugiro obras seminais de grandes historiadores capazes de explicar 523 anos de esbórnia elitista de um “bolsonarismo” puro, na acepção do mal, entronizado nos agir e devir brasileiros.

Talvez, para contar os reais acontecimentos temos ótimos historiadores, mas para interpretar tal disfasia secular, seriam os antropólogos, Darcy Ribeiro (1922-1997) à frente, os mais capazes. Leiam. É obrigatório.

Volto com as lágrimas dos agricultores franceses e brasileiros, de rabos subsidiados expulsando euros em latrinas transnacionais.

Evoé! Que é tempo de alegria.

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